A socialista disse que, em Fortaleza, agricultores de todo o Ceará promoveram uma grande manifestação nas ruas da cidade. Ela informou que na pauta nacional de reivindicações estão a reforma agrária, o fortalecimento da agricultura familiar, a preservação do meio ambiente, o assalariamento rural, o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, o assentamento de 150 mil famílias e R$ 51,4 bilhões para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar, sendo R$ 30 bilhões para crédito de investimento e custeio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e R$ 21,4 para as demais políticas e programas.
Eliane pontuou que, ao longo desses 20 anos, o Grito da Terra – que surgiu a partir da necessidade de unificar as lutas dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais de todo o País – alcançou importantes conquistas, como o Pronaf. “Daí a importância dessa mobilização. Trata-se de um ato que chama a atenção da sociedade para a questão agrária – setor fundamental para o desenvolvimento do Brasil”, afirmou.
A deputada enfatizou que a realização do 20º Grito da Terra Brasil coincide com o Ano Internacional da Agricultura Familiar, assim definido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU). “Mas, apesar dos inegáveis avanços dos últimos anos, a realidade agrária do País mostra que ainda carecemos de políticas públicas que garantam a distribuição das terras, através da reforma agrária, a agroecologia e produção orgânica e o incentivo à agricultura familiar, bem como o reconhecimento dos territórios dos povos tradicionais no Brasil”, defendeu.
Conforme a parlamentar, no dia 7 de maio, a 52ª Assembleia Geral da CNBB, realizada em Aparecida do Norte (São Paulo), aprovou o documento intitulado Questão Agrária no Brasil no Século XXI. Dividido em três partes, ele toca em questões como a contextualização da situação da reforma agrária no País, chegando até os compromissos que serão assumidos pela Confederação diante do problema.
Eliane também destacou o III Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), em Juazeiro (BA), que contou com milhares de agricultores, comunidades tradicionais e povos indígenas do País. Na ocasião, entre as questões discutidas estavam a mudança no padrão de produção agrícola, a luta contra o uso e a venda indiscriminada de agrotóxicos e o não fechamento das escolas no campo. “Ao contrário do que dizem as empresas de agronegócio, é possível uma produção em que todos comam alimentos saudáveis e diversificados”, afirmou.
LF/CG