Segundo Carlomano Marques, o projeto de criação de novos municípios, que foi aprovado pela Câmara Federal e pelo Senado e logo depois vetado pela presidente Dilma Rousseff, voltou ao Senado e foi aprovado nesta quarta-feira, em plenário. “O projeto vai dar condições para que alguns distritos possam ganhar a sua liberdade financeira e administrativa. Esse projeto será sancionado pela presidente ou, caso contrário, o PMDB sai da base do governo”, disse.

Para ele, os estados do Sul e Sudeste não têm interesse que os estados do Nordeste emancipem seus distritos. Ele explica que o Brasil conta com 5.570 municípios, tem 200 milhões de habitantes e 8,5 milhões km² de extensão.  “A França tem apenas 60 milhões de habitantes e 36 mil municípios. O Brasil é maior que a França 10 vezes, por isso a França é desenvolvida, porque quanto mais reparte, mas se dá acesso à saúde, segurança e outros setores, assim o país avança”, ressaltou.

Ainda de acordo com o deputado, estados como Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul possuem mais da metade dos municípios brasileiros. Para ele, esses estados querem que as pessoas do Norte sejam submissas aos seus serviços. “Eles querem ali a mão de obra de pessoas inteligentes e que ganhem pouco. Por isso que se cria tanta resistência à emancipação, porque eles sabem que a emancipação de distritos é o caminho para o desenvolvimento”, pontuou.

O peemedebista ainda ressaltou que dos nove estados do Nordeste apenas a Bahia tem 476 municípios. Segundo ele, o fato se dá porque o estado foi a capital do País de 1500 a 1775.

Em aparte, o deputado Gony Arruda (PSD) lembrou que os municípios cearenses que se emanciparam vivem economicamente bem. Ele ressaltou que muitas notícias repercutem no Sul do País sem que se saiba a realidade dessas cidades nordestinas.

“Lembro a questão dos royalties do petróleo, do número de vereadores do Brasil, quando também houve uma campanha contra esses pequenos estados. Está na hora de termos um programa nacional liderado por um governo que possa olhar para essa região. Vamos mostrar a importância da emancipação dos distritos que esperam por uma oportunidade de progresso”, defendeu.   
DF/LF