De acordo com Ronaldo, além dos abusos de ocupação, ainda acontece uma tentativa de “higienização pessoal”, impedindo a população de ter acesso à praia. “É ilegal interpor barreira às pessoas para visitarem a praia. Os proprietários constroem suas barracas em terreno público, levantam cercas, grades e muros, impedindo que as pessoas passem, tenham acesso. Ali não entra pobre ou quem não vai consumir”, avaliou.
O parlamentar criticou ainda a forma como os vendedores ambulantes são tratados em algumas barracas. Segundo ele, os ambulantes são proibidos até de circular em algumas faixas da praia. “Não é uma lei, um decreto ou portaria, mas a truculência e imposição desses proprietários é quem manda”, condenou.
A convite de uma emissora de TV, o deputado gravou um quadro em que viveria um dia como vendedor ambulante e, durante as gravações, ouviu relatos de vendedores sobre o tratamento que recebiam dos donos das barracas. “Durante as gravações, me deparei com um grupo que me relatou todo tipo de brutalidade por parte dos seguranças. Até homicídio já aconteceu, quando um ambulante apareceu morto na beira do mar após discussão com seguranças. Eles só querem trabalhar e têm autorização e são cadastrados pela Prefeitura”, criticou Ronaldo Martins.
O parlamentar relatou o tratamento que recebeu em barracas diferentes, e disse que foi abordado pelos seguranças da barraca Itaparicá e ouviu várias ameaças. “Não fui agredido porque a equipe veio em meu socorro. Completamente diferente da barraca Atlantis, que faz questão da presença dos ambulantes. Vou encaminhar à Justiça um relato do que aconteceu, pois esse tipo de coisa não pode continuar”, declarou.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PV), Eliane Novais (PSB), Lula Morais (PCdoB), Augustinho Moreira (PV), Dedé Teixeira (PT) e Heitor Férrer (PDT) se somaram ao pronunciamento do colega deputado. “As barracas já fazem parte da vida social de Fortaleza, entretanto essa segregação não pode acontecer”, ressaltou Mesquita.
LA/CG