“Como o cadastro de mais de mil presos some dessa forma? É imperioso que a Secretaria de Justiça traga esclarecimentos à sociedade cearense, porque se trata de uma informação muito grave e inaceitável”, apontou.
Eliane Novais reconheceu os esforços da titular da Secretaria de Justiça, Mariana Lobo, e do novo secretário de Segurança Pública. No entanto, para a deputada, as ações do Governo do Estado não têm sido suficientes para reverter o grave cenário de violência no Ceará. “É evidente que o crescimento vertiginoso da violência em nosso Estado tem relação direta com o fracasso retumbante dos investimentos em segurança pública adotados aqui, que colocaram Fortaleza como uma das cidades mais violentas do mundo”, enfatizou.
A parlamentar citou matéria publicada hoje no jornal O Povo intitulada “Homicídios voltam a crescer e índice é 11,7% maior no Ceará”. De acordo com o texto, em janeiro deste ano, 409 assassinatos foram registrados, uma média de 13 por dia. “Para não dizerem que faço um discurso de oposição por oposição, ressalto que a mesma reportagem traz, como alento, o dado de que houve uma redução do índice de roubos”, disse.
Em aparte, os parlamentares divergiram sobre os dados apresentados por Eliane Novais. O deputado Roberto Mesquita (PV) contradisse as estatísticas de diminuição dos assaltos apresentadas na matéria do O Povo e lembrou que o governador Cid Gomes foi eleito devido ao programa Ronda do Quarteirão. “O maior fracasso de política de estado que já existiu é a política de segurança do governador Cid Gomes”, considerou.
O líder do Governo do Estado na AL, deputado José Sarto (Pros), leu nota divulgada pela Secretaria de Justiça (Sejus) que retifica a informação divulgada a respeito do sumiço de presos. “O Ceará possui o controle e acesso de todos os presos em um sistema chamado Sispen, que é referência para outros estados do País”, diz a nota.
Ainda de acordo com a nota lida por Sarto, “a Sejus disponibilizou funcionários para o referido trabalho, inclusive localização de presos, mas os mesmos foram dispensados, por motivos não justificados, pelos magistrados responsáveis. Esses dois fatores podem ter gerado dificuldade na localização dos réus por parte do juiz, o que não significa que presos ‘sumiram’, como atesta a matéria do Diário do Nordeste de 14 de fevereiro”.
O deputado Osmar Baquit (PSD) garantiu que Cid Gomes não foi eleito apenas pelos projetos voltados para a segurança pública. “Senão ele não teria sido reeleito”. “A gente sempre faz comparação com outros estados, mas a gente mora aqui mesmo, no Ceará. A gente está querendo a segurança no estado do Ceará”, opinou a deputada Fernanda Pessoa (PR).
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