Deputados estaduais debateram na sessão de ontem, na Assembleia Legislativa, os atos de vandalismos ocorridos nas recentes manifestações pelo país. O deputado Wellington Landim (PROS) levou para tribuna da Casa a discussão sobre o assunto, dando destaque para os tumultos ocorridos no Rio de Janeiro, na última terça-feira, após as manifestações dos professores que pedem um novo plano de cargos e salários e a reabertura de negociação com o governo.
Landim cobrou o cumprimento da lei para os envolvidos em atos de vandalismo. “Na minha avaliação, o Estado está inerte frente a essas ações que têm sido realizadas por baderneiros. É preciso estudar medidas para prender essas pessoas que colocam a vida de cidadãos em risco”, disse o parlamentar, acrescentando que, se fosse um cidadão de bem, já estaria preso. Para ele, a falta de medidas prejudica a segurança do povo brasileiro. Ele disse esperar que os atos não fiquem impunes e cobrou uma atuação das autoridades. No seu entender, alguns manifestantes estão ligados a ideologias políticas, que, segundo ele, colocam-se à margem da democracia, como já aconteceu num passado recente.
O deputado João Jaime (DEM) afirmou que a ação dos manifestantes é organizada por jovens da classe média, que, segundo ele, se formam e não conseguem emprego. Então, buscam uma maneira de anarquizar contra o Governo. De acordo com o parlamentar, uma forma de coibir estas ações violentas é retirar estes jovens da ociosidade, tornando-o útil perante a sociedade. Para João Jaime, os manifestantes são os “nem, nem” – nem estuda, nem trabalha.
RADICAL
O deputado Augustinho Moreira (PV) foi mais radical. Conforme defendeu, “se é mascarado a polícia tem que baixar o pau”, pois, de acordo com ele, os mascarados são verdadeiros terroristas e precisam apanhar. Ele disse, ainda, que o Governo precisa mostrar sua força.
Já Gony Arruda (PSD) disse existir uma insatisfação e, portanto, cabe ao Governo compreender e solucionar a problemática. Ele disse, também, acreditar que interferência política nos atos. “A coisa está sem rumo. E muitos estão ligados a candidaturas de oposição”.
“NÃO CONCORDO”
Para Júlio César (PTN), vice-líder do governo, os atos de vandalismo não podem ser justificados por falta de oportunidade. “Quebrar as coisas e colocar pessoas em risco é injustificável”. E, portanto, cabe ao aparato policial prender os delinquente e evitar que eles retornem às ruas.