Ação policial que resultou na prisão de 97 manifestantes na última quinta-feira, 27, provocou novo confronto entre parlamentares cearenses. Na manhã de ontem, o deputado Perboyre Diógenes (PMDB) acusou o vereador Ronivaldo Maia (PT) de “financiar” vândalos na manifestação. Em resposta, o petista disse que Perboyre tenta “criminalizar” movimentos populares para justificar excessos policiais durante o protesto.
“Existem sim patrocinadores que incentivam o vandalismo”, disse o deputado. No protesto da última quinta-feira, Ronivaldo - ex-líder de Luizianne Lins (PT) na Câmara - pagou fiança de quatro manifestantes que, segundo o vereador, teriam sido levados para o 16º Distrito Policial sem motivo.
Condenando o apoio ao que classificou como “vândalos”, Perboyre disse ainda que “enquanto tiver gente assim no meio”, continuarão problemas de conflitos entre Polícia Militar e integrantes de manifestações.
Procurado pelo O POVO, o vereador Ronivaldo Maia criticou postura “conservadora” do peemedebista. “A tentativa do deputado, aliado do governo, é de criminalizar o movimento. Até para justificar a truculência da Polícia que o governador dele comanda”, disse.
O vereador afirma ainda que não apoia depredações por parte de manifestantes. Disse também, no entanto, que rejeita truculência policial e que testemunhou prisões desnecessárias durante protesto. “Quem viu a manifestação da última quinta-feira, viu que a Polícia, na vontade de combater excessos, se excedeu muito mais. Ela não teve postura amena, foi excessivamente truculenta”, disse.
Presente no momento da fala de Perboyre, o deputado Antônio Carlos (PT) - do mesmo grupo político de Ronivaldo e Luizianne no PT - classificou a fala do peemedebista como “apenas mais uma manifestação da direita conservadora”.
Solidariedade
Ronivaldo Maia afirmou ao O POVO que pagou fiança de quatro manifestantes por solidariedade, após testemunhar excessos da Polícia. “Não havia necessidade de eles dormirem na prisão”.
As críticas de Perboyre à Ronivaldo aconteceram durante fala da deputada Eliane Novais (PSB) que criticou “mão de ferro” da PM contra manifestantes.
SERVIÇO
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