Deputado Daniel Oliveira defende a realização de uma audiência pública, na Assembleia, para esclarecer os pontos da Reforma Política
FOTO: JOSÉ LEOMAR
Cada deputado que se manifesta sobre mudanças tem uma proposta diferente como solução
A proposta de plebiscito, apresentada pela presidente Dilma Rousseff, para se discutir a Reforma Política no Brasil foi debatida entre os deputados da Assembleia, ontem. O peemedebista Danniel Oliveira, por exemplo, chegou a sugerir que seja feito uma audiência pública na Casa para que a população fique ciente dos temas propostos.
Para ele, esse é o melhor modelo para que os anseios da sociedade seja levado em conta pela classe política durante a discussão da Reforma. O parlamentar defendeu ainda o fim da função de suplente de senador, afirmando que quem deveria assumir em caso de vacância seria o segundo ou terceiro mais votado. Lucilvio Girão (PMDB) defendeu o plebiscito, mas disse não concordar com alguns pontos da proposta de Reforma.
A deputada Silvana Oliveira (PMDB) declarou que a lista fechada é um golpe no eleitor e ressaltou que os parlamentares têm que esclarecer isso para a população. Segundo disse, a medida tira do eleitor um direito que foi conquistado por ele. Para Perboyre Diógenes (PMDB) as pessoas têm medo do voto fechado, mas não sabem que é preciso usar critérios. "Eu sou contra esses partidos pequenos, que se criam para se vender", pontuou ele, afirmando também que o plebiscito sobre a Reforma eleitoral, é uma manobra para "enganar o povo", o que demonstra que a presidente estaria pensando somente em uma possível reeleição.
Inovar
Fazendo uma análise mais ampla sobre as manifestações e a Reforma Política, Professor Teodoro (PSD) afirmou que é necessário no momento atual que os partidos criem clubes e movimentos para inovar, pois tais legendas não estão mais representando a sociedade. "Temos que nos debruçar sobre o que está acontecendo. Dentro do atual modelo de partido podemos criar grupos e núcleos para fazer com que eles realmente representem a população", disse.
Ele criticou ainda a demora na elaboração da Reforma Política pelo Congresso Nacional, pois com o poder estabelecido, as câmaras e assembleias iriam trabalhar em prol dos interesses do povo. Conforme disse, o objetivo principal da política é o bem comum e isso a população não tem notado ao longo dos anos.
"O povo tem em mãos um instrumento poderoso através da internet e com isso tem a possibilidade de começar uma revolução", disse ele lembrando o início dos protestos em São Paulo, que iniciaram por uma cobrança de redução da passagem e atingiu mais de 300 cidades em todo o País, pedindo melhoria para diversas áreas, sobretudo Educação e Saúde.
Pedágios
Já Lula Morais (PCdoB) disse que os políticos estão em xeque, visto que qualquer avaliação feita a gestores em qualquer região do País haverá uma redução nos índices deles. Segundo ele, o povo está "brigando" para instituir seus direitos que foram relegados ao longo dos anos. Ele citou o caso dos caminhoneiros que estão paralisados, reivindicando a redução dos pedágios.
O deputado Osmar Baquit (PSD) alertou para o fato de ninguém estar discutindo a Reforma Tributária e que os municípios brasileiros cada vez mais têm obrigações e menos recursos para o atendimento das necessidades. "Isso é a falência do Congresso Nacional. Se lá os senadores e deputados não podem aprovar uma Reforma Política, a presidente tem que chamar os líderes e fazer a Reforma Política no Congresso. Vamos gastar R$ 500 milhões com um plebiscito e o Congresso vai perder sua importância", disse.
"Temos que fazer é uma ´Reforma da Vergonha´. Quem comanda hoje o País? Os caras pintadas colocaram o (ex-presidente e atual senador Fernando) Collor para fora e o PT foi lá e colocou de volta", disse Baquit. João Jaime criticou o Governo do PT, ressaltando que a legenda está privatizando os aeroportos como foi feito no passado, na gestão tucana.
"Dez anos de poder não é suficiente para fazer? É o mesmo discurso, não tem quem aguente mais. Hoje, em todo Município tem uma administração paralela que são essas ONGs. Até casas populares são feitas por ONGs surrupiando o dinheiro das pessoas", criticou João Jaime.