Segundo ela, a comissão colheu ainda 268 depoimentos de vítimas, testemunhas e agentes de repressão da ditadura militar. Conforme informou, “207 destes são vítimas e testemunhas de graves violações aos direitos humanos”. Para Eliane, o trabalho que o colegiado vem realizando é “fundamental para conhecer a verdadeira história do País”.
Eliane destacou um ponto “forte” constatado pelas pesquisas realizadas no último ano. De acordo com o material apurado pela comissão, a tortura era uma prática recorrente durante o regime militar desde seu início, em 1964, refutando as teses de que as torturas se iniciaram com o Ato Institucional 5. “É esse tipo de pesquisa que irá possibilitar que o Brasil reconte seu passado, esclarecendo violações contra os direitos humanos cometidas pelo próprio Estado”, disse.
A deputada ressaltou o trabalho do comitê cearense, cujo balanço das atividades será apresentado em reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, na tarde de hoje, no Complexo de Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa.
Em aparte, os deputados Ferreira Aragão (PDT), Antonio Carlos (PT), Osmar Baquit (PSD), Lula Morais (PCdoB), Ely Aguiar (PSDC) e Welington Landim (PSB) destacaram a importância do trabalho da Comissão Nacional da Verdade, ressaltando a necessidade de reparar de alguma forma a perda das famílias que tiveram membros desaparecidos durante o regime. “Temos que mostrar para essas famílias o que ocorreu. Eles têm direito de saber”, disse Osmar Baquit.
Eliane, por fim, solicitou a instalação da Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça. “Mais uma medida no sentido de recuperar a história do nosso passado e fazer justiça”, assinalou.
PE/AT