Em relação à água, a parlamentar relatou que os deputados que estão andando no Interior têm se deparado, a cada dia, com situações calamitosas de abastecimento d’água. Segundo ela, os carros-pipa não conseguem atender a todas as necessidades de água de cada local ou comunidade. De acordo com ela, o programa do Governo Federal Água para Todos, “que fala tanto em construir mais de 1500 pequenos serviços de abastecimento, ainda não passou do papel”.
Para resolver a problemática, ela defendeu, de forma emergencial, a perfuração de poços profundos em várias localidades. “Aí, sim, teremos menos impacto de falta d’água no nosso Interior”, disse. Ela comunicou que apresentará requerimento endereçado ao governador Cid Gomes solicitando que os recursos do Fundo de Combate à Pobreza (Fecop), que, segundo ela arrecada mais de R$ 300 milhões por ano, sejam destinados à compra de máquinas de perfurar poços em cada região do Estado.
“Com 21 máquinas dessas, a situação seria resolvida em muitas localidades”, garantiu, lembrando que o Estado possui apenas sete perfuratrizes, “que não conseguem fazer nem um poço por dia”.
Sobre o caso do milho que não chega, ela sugeriu que o transporte seja feito por aviões do Exército, um meio de chegar mais rápido ao Estado. “A Conab não tem estrutura, o milho não chega. Se vier de navio vai demorar dois meses e nós já perdemos mais de 300 mil cabeças de gado”, ressaltou.
Em relação aos atrasos de financiamentos, a deputada pediu à Comissão Especial da Seca que visite as estruturas do BNB, que, segundo ela, “não possuem estrutura nem física e nem recursos humanos para atender os agricultores”. “Tem agricultores que estão há seis meses esperando empréstimos. Que esses financiamentos sejam feitos também pela Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, já que são órgãos do governo”, propôs.
O deputado João Jaime (PSDB), presidente da Comissão Especial da Seca, endossou a preocupação, criticando o adiamento do leilão da Companhia Nacional de Abastecimento para a compra de 103 mil toneladas de milho para os estados do Nordeste. “Com o adiamento do leilão, o milho que era para chegar em maio, agora só deve chegar em junho. Isso coloca em dúvida a palavra da presidente. É um desrespeito ao nordestino, ao cearense que está perdendo seu rebanho”, reclamou.
LS/JU