Desde a visita de Cid, há uma semana, polêmica da espionagem pauta Assembleia
FOTO: EDIMAR SOARES
O caso de espionagem apresentado pelo deputado federal Eudes Xavier (PT) no último dia 4 tende a ganhar nova dimensão na Assembleia Legislativa nos próximos dias. Deputados que estão em lados diferentes no caso defenderam ontem a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias. Mesmo com ambos tendo a mesma ideia, houve bate-boca.
O primeiro a sugerir a criação da CPI foi Osmar Baquit (PSD), no momento em que se discutia o requerimento para convidar Eudes a dar esclarecimentos. Ele integra a base aliada do governador Cid Gomes (PSB). O deputado argumentou que a Assembleia deveria ir além e criar a CPI para convocar e investigar todos os envolvidos. Ele citou principalmente a ex-prefeita Luizianne Lins (PT) e as ex-titulares da Secretaria Executiva Regional (SER) do Centro, Luiza Perdigão e Luciana Castelo Branco.
Fernanda Pessoa (PR) se antecipou e começou a colher assinaturas para a criação de CPI para investigar “possíveis atos de espionagem promovidos por autoridades estaduais”. A parlamentar é filha do ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR), que, de acordo com a denúncia de Eudes, estaria sendo espionado por ordem de Cid e do ex-ministro Ciro Gomes (PSB).
De início, assinaram a proposta os deputados Antônio Carlos (PT) e Eliane Novais (PSB), que fazem oposição a Cid. São necessárias 12 assinaturas para que a comissão seja criada.
Baquit se recusou a assinar, disse que apresentaria outro pedido de CPI e classificou a atitude de Fernanda como “oportunismo barato”. “O senhor assina se quiser”, rebateu a deputada. Pela tradição, quem propõe a CPI tem prerrogativa de relatar.
Roberto Pessoa
Ao O POVO, Roberto Pessoa disse que “se o governo quer descobrir a verdade, basta pedir aos deputados que assinem o pedido de abertura da CPI da Espionagem” na Assembleia.
Homens da Polícia Civil do Ceará realizaram na última quarta-feira, 10, operação de busca e apreensão no apartamento de Roberto, em Fortaleza. Um notebook dele foi levado.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Osmar Baquit sustenta a versão de Cid Gomes de que o governador teve o email violado. Fernanda Pessoa, filha de Roberto, quer que a investigação parta das denúncias de Eudes Xavier.