Paulo Facó informou que, em 4 de outubro, quando Rui completaria 100 anos, o jornalista Luís Sérgio Santos vai lançar um livro contando a vida do escritor. “Um grande intelectual cearense”, afirmou Facó. O parlamentar observou que, quando ele morreu, o escritor fazia uma série de reportagens para o jornal Novos Rumos, do Rio de Janeiro.
“Ele morreu num acidente aéreo, na Cordilheira dos Andes, na Bolívia, às vésperas de comemorar 50 anos”, disse Paulo. Entre as obras do escritor está o livro “Cangaceiros e Fanáticos”, relatando a vida no cangaço e o fenômeno religioso do Nordeste.
Paulo Facó informou ainda que Rui iniciou curso de Direito em Fortaleza, porém, no segundo ano, em 1935, foi morar em Salvador, onde terminou os estudos. Na Capital da Bahia, em 1937, quando Getúlio Vargas instalava o Estado Novo, Rui foi preso por ser integrante do PCB. “Naquela época, Salvador era o grande centro de ebulição político”, disse. Em Salvador, casou com Julia Guedes, que o acompanhou por toda a vida. Em 1945, militou no jornal de esquerda Classe Operária, no Rio. Em 1952, na Rússia, trabalhou na rádio de Moscou.
Outra obra de destaque, segundo Paulo Facó, foi “Brasil século XX” escrita a pedido de uma editora da Argentina, que foi traduzida para vários idiomas, como russo, italiano e tcheco.
O corpo de Rui Facó foi sepultado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, na presença de comunistas como Dias Gomes, Milton Pedrosa, Carlos Prestes, Di Cavalcante e Carlos Marighela. Representando o PCB, Marighela o saudou: “quero dizer o quanto sentimos pela perda”.
Em aparte, o deputado Antonio Carlos (PT) disse que Paulo Facó abrilhanta a Assembleia quando traz histórias de grandes personalidades como Rui Facó, “pouco conhecido pelos cearenses, mas que lutou pela democracia do País, vinculado ao Partido Comunista Brasileiro”.
JS/AT