De acordo com o deputado, a Prefeitura deveria ter avaliado, junto com o sindicato dos transportes, os custos do setor, mas resolveu se omitir, adiando a questão para criar embaraços à nova administração, que será iniciada em janeiro. “Como a prefeita perdeu as eleições e o mote da campanha era de que a tarifa seria mantida como a mais baixa do País, relativamente, preferiu se omitir como se o problema não fosse com ela”, disse.
Para João Jaime, a prefeita Luizianne Lins “deixou uma bomba” para o prefeito eleito Roberto Cláudio, ao não tratar da questão da revisão da tarifa em novembro, conforme preveem os dispositivos legais sobre os reajustes. “Eu quero ver em maio, se os mesmos deputados que hoje defendem o congelamento da tarifa irão também defender o congelamento dos salários dos trabalhadores do sistema de transporte”, disse João Jaime, cobrando da Prefeitura uma posição sobre o caso, que foi levado da esfera administrativa para o Judiciário.
O deputado explicou ainda que o problema foi judicializado, porque a prefeitura não fez o que deveria. “O juiz que concedeu a liminar não o faria se não tivesse o total conhecimento de que está fazendo o correto”. Segundo João Jaime, se isso não acontecesse, o problema seria agravado em futuro próximo. “Não adianta a prefeita jogar para a plateia e transferir o problema para Roberto Cláudio”, afirmou.
Em aparte, o deputado Lula Morais (PCdoB) disse que houve uma redução do ISS e do diesel para os transportes coletivos em junho, que possibilitou a tarifa ser a menor no Brasil. “É preciso que a prefeitura mostre o impacto das reduções no preço da tarifa”, afirmou.
O deputado Fernando Hugo (PSDB) disse que está havendo um desmonte “gigantesco” na Prefeitura de Fortaleza. Apontou, por exemplo, a realização de uma licitação “esquizofrênica” do transporte realizado por vans, que, segundo ele, teria “cartas marcadas”. E apesar dos poucos dias até o final da atual gestão, o tucano revelou que está sendo planejada uma licitação para empréstimos consignados do município.
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