Dep. Dedé Teixeira (PT)
Foto: Paulo Rocha
O presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional, Recursos Hídricos, Minas e Pesca da Assembleia Legislativa, deputado Dedé Teixeira (PT), disse, no primeiro expediente da sessão plenária da Casa desta quinta-feira (22/11), que o setor de irrigação deve receber mais investimentos em tempos de seca, por ser importante para a economia cearense.
Segundo ele, a bancada federal do Nordeste discutiu, ontem, o programa Mais Irrigação, do Governo Federal, cujo foco é a implantação de perímetros irrigados e a aplicação de recursos em estudos para beneficiar pequenos agricultores. O petista lembrou que o Ceará conta com seis perímetros irrigados incluídos na medida do Ministério da Integração. São eles: Baixo Acaraú, Tabuleiro de Russas, Araras Norte, Aires Souza, Várzea do Boi e Icó Lima Campos. Apenas o Jaguaribe-Apodi ficou de fora, mas negociações ainda acontecem para ele também ser incluído. “Se for, a irrigação passará a ser uma vocação econômica cearense”, previu.
Dedé Teixeira afirmou que, mesmo enfrentando dificuldades climáticas e de modais de transporte, o Ceará ocupa a terceira posição nacional no ranking de distribuição de milho. Perde para os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “A convivência com o semiárido tem que ser política constante dos estados do semiárido e do Governo Federal. Porque sabemos dos prejuízos causados por uma estiagem como essa, considerada uma das piores dos últimos 40 anos”, pontuou. Ontem, o governador Cid Gomes assinou decreto prorrogando a situação de emergência decorrente da seca em 174 dos 184 municípios cearenses.
Ele elogiou os programas sociais da União, classificando-os como essenciais para contornar os danos da falta d'água. E reforçou que investir em irrigação é abrir portas para o desenvolvimento local e nacional. “O Ceará já é uma grande produtor de frutas do País. Fica atrás apenas de Pernambuco. Mas temos capacidade de superar, porque temos áreas nobres. Precisamos apenas complementar as ações com os recursos do Ministério da Integração. Há vários lugares onde, com o mínimo de incentivo do governo, pequenos produtores tornam-se grandes irrigantes”, citou, cobrando melhor capacitação da mão de obra da zona rural.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PV) considerou o Mais Irrigação uma boa iniciativa. “Temos que aprender a conviver com o semiárido, porque temos como mudar a realidade. E essa convivência pode ser bastante proveitosa. Mas não adianta gastar o que se gastou no Acaraú e, depois, deixar o plantador à própria sorte. É necessário um conjunto de incentivos até a cadeia ser formada”, ponderou.
BC/AT