A parlamentar afirmou que esta é uma das piores estiagens da história do Ceará. Segundo ela, os jornalistas do O povo percorreram mais de dois mil quilômetros, passando por 16 municípios e constatando que velhos problemas ainda persistem no interior do Ceará, mesmo com os avanços sociais conquistados em todo o Nordeste nos últimos anos, especialmente no que diz respeito ao combate à fome. “O Ceará ainda padece com a seca e a convivência com o semiárido”, queixou-se.
De acordo com Eliane, escolas chegam a fechar as portas por falta d’água, gado morto na sequidão, carros-pipa que não chegam às comunidades mais distantes são realidades antigas que ainda persistem no Ceará e em todo o Nordeste.
A parlamentar apontou que 178 cidades cearenses decretaram situação de emergência. Cerca de 1,9 milhão de pessoas já foram afetadas pela seca deste ano no Ceará, e quase 70% da safra foi perdida, o que gerou um prejuízo aos produtores rurais em torno de R$ 1 bilhão. “Trata se de uma situação que demonstra que o País ainda precisa avançar em políticas de convivência com o semiárido, especialmente estimulando a cultura e os projetos da agroecologia familiar, a pesquisa e assistência técnica ao trabalhador no campo, a comercialização e a correta distribuição dos produtos e alimentos”, observou.
Eliane também reclamou da deficiência do abastecimento d’água no Estado, em especial em Fortaleza (37 bairros) e Região Metropolitana. Ela disse que vem recebendo várias denúncias sobre o problema, mencionando a situação no Crato, onde um morador relatou que estão tendo que retirar água de um cemitério para tomar banho e lavar louças, numa condição desumana e insalubre.
Ela fez um apelo para que seja aprovado na Casa requerimento de sua autoria solicitando à Secretaria das Cidades e à Cagece que apresentem um plano de contingência detalhado com medidas que possam amenizar o drama da falta d’água, até que as obras estruturais do Governo, como a ETA Oeste, sejam concluídas. No mesmo documento, a deputada solicita dados sobre o nível de pressão da água que chega a cada bairro de Fortaleza.
Em aparte, o deputado Moésio Loiola (PSD) realçou a preocupação, alertando para a situação de Campos Sales, “onde a coisa (falta de água) é séria”. Na mesma linha o deputado Roberto Mesquita (PV) destacou que em Fortaleza o problema não é de falta de água, mas na Cagece. “É deficiência técnica e não falta de água. A falta é de compromisso mesmo”, concluiu, cobrando providências do Governo do Estado.
LS/LF