“Já se sabia que o milho faltaria. Por que não houve uma maior agilidade na realização dos leilões para que a distribuição não prejudicasse os criadores e o gado”, perguntou a parlamentar. Ela teme que o rebanho passe por um sofrimento ainda maior do que a estiagem prolongada, por falta das medidas efetivas. Segundo a deputada, a Conab na região trabalha com apenas três funcionários, sendo dois cedidos pela Ematerce, apesar de o órgão Federal ter a abrangência de 20 municípios da região.
A parlamentar também informou que grande parte dos municípios cearenses está em estado crítico, no que diz respeito ao abastecimento de água. “É comum se ver nas estradas que cortam o centro sul motos conduzindo três ou quatro tambores de água, pondo em risco a vida do condutor. As pessoas não têm tempo para mais nada, a não ser transportar água”, disse. Segundo ela, seriam necessários pelo menos 600 carros pipas para atender todas as comunidades atingidas, mas há apenas 71 veículos em serviço no Estado.
Miriam Sobreira assinalou ainda que o Governo Federal está entregando o benefício “Garantia Safra”, em duas parcelas de R$ 80 para os agricultores que não são beneficiados pelo programa Seguro Safra. Mesmo considerando positivo esse recurso, ela entende ser insuficiente para atender as necessidades de uma família. Por isso defendeu ações permanentes que enfrente com mais propriedade os efeitos da seca.
Miriam Sobreira informou que recebeu ontem o relatório da Cogerh sobre o abastecimento de centro urbanos e viu que Acopiara e Quixelô vão entrar em colapso de água, em breve. Outros municípios também estão em situação difícil, segundo ela. “Irauçuba tem 10% da reserva de água, Itapajé só atende 30% de suas reservas. Em novembro Milhã não terá mais água. Pacoti está com os poços em colapso, Salitre já está sem água, e Santa Cruz do Banabuiu encontra-se totalmente seco desde outubro, a exemplo do açude Sucesso em Tamboril, que também está seco”.
A deputada defende ações e soluções definitivas. Para isso seria necessário investir em medidas que atendam a população. “Aos primeiros pingos d'água esquecem tudo até a próxima seca. Esse problema está se arrastando há muito tempo”, calculou.
JS/AT