Eis a questão. Até domingo, Fortaleza vai se fazer essa pergunta sucessivas vezes, esperando, enfim, que as urnas apresentem sua maioria e respondam. A cidade, que sofre cotidianamente por se entender apartada, em vez de coesa, trabalha ingenuamente com essa ideia de ou isso ou aquilo. Elmano ou Roberto Cláudio? PT ou PSB? Luizianne Lins ou Cid Gomes? Será mesmo que esses extremos vão se manter? Ou, segunda-feira que vem, resultado dado, já estarão todos encenando uma reconciliação? Essa guerra deflagrada com a campanha para prefeito de Fortaleza, se teve alguma vantagem, foi por abaixo essa aliança de invenção que reunia no mesmo palanque figuras as mais díspares. Maquiaram uma situação de conforto político para Fortaleza acreditando ou forçando as pessoas a acreditarem ser possível misturar água e óleo. Isso foi péssimo para a vida da cidade, para a maturidade política da nossa população. O fortalezense mediano, por exemplo, não entende porque hoje o governador e a prefeita não são mais tão amigos quanto antes. Quatro anos atrás, o que agora Cid diz para eleger Roberto Cláudio era dito para ajudar a reeleger a prefeita Luizianne. O que mudou? O que aproximou no passado esses dois personagens importantes do nosso teatro político, já que Luizianne se empenhou diretamente para eleger e reeleger Cid Gomes? E o que os afastou agora em 2012? Quem pode vir a desatar esse nó? O ex-presidente Lula, que nunca fez campanha para Luizianne e agora gasta o gogó para transformar Elmano no novo prefeito? Ou a presidente Dilma, que se manteve longe de Fortaleza e de toda essa confusão recente? Enfim. Questões. O importante mesmo é que nossas ingenuidades, pouco a pouco, se vão com elas. Tudo bem que esse clima tenso não perdure, democraticamente é fundamental uma boa relação do governador com o prefeito da sua capital, mas fingir que nada aconteceu pode ser uma experiência ainda pior do que tudo que se viu até agora. Imaginar uma convivência tranquila e equilibrada entre PT e PSB em Fortaleza é pouco provável, a campanha eleitoral produziu uma perspectiva de oposição, ganhe Elmano ou Roberto Cláudio. Felizmente, Fortaleza chega ao fim desse processo eleitoral menos refém das conveniências. Não, ainda não chegou o tempo das convicções. Mas, dos males, o menor. Magela Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. Editor executivo do Núcleo de Cultura e Entretenimento do O POVO