O candidato do PT à Prefeitura de Fortaleza, Elmano de Freitas, afirmou que o atual momento da disputa eleitoral comprova que as pessoas que duvidaram da viabilidade de sua candidatura no início da campanha estavam “muito precipitadas”. Na manhã de ontem, Elmano participou de uma carreata que contou com a presença da prefeita Luizianne Lins (PT) e do senador José Pimentel (PT). Mesmo assim, Elmano disse que não se tratava de uma resposta direta ao governador Cid Gomes (PSB), que, no início da campanha, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, disse que não apoiaria “candidato sem viabilidade, para perder” e que essa seria a justificativa para o rompimento da aliança com o PT na Capital. “Não avalio fala do governador, porque o governador tem o candidato dele”, disse Elmano. Diferentemente de Elmano, o presidente municipal do PT, Raimundo Ângelo, adotou tom mais crítico em relação ao governador Cid Gomes. Segundo ele, o governador “subestimou muito” a candidatura do PT e foi “muito infeliz” ao considerar que Elmano não era um nome viável para disputar a sucessão municipal. “Foi um erro político do governador”. Indagado sobre como seria a relação entre os ex-aliados em um provável segundo turno, Ângelo diz que “no segundo turno é lógico que vai acirrar”. Na visão do petista, o enfrentamento entre PT e PSB já é evidente mesmo no primeiro turno e só tende a se tornar mais forte caso os candidatos dos dois partidos avancem, chance cada vez mais clara de acordo com as últimas pesquisas. “Já estamos nos enfrentando do ponto de vista político, o que é natural”, diz Ângelo. Porém, ele diz que a campanha de Roberto Cláudio (PSB) vem sendo “injusta” durante a disputa. “Eles fazem campanha muito em cima de crítica e de ataques permanentes”, aponta. De acordo com Elmano, as pesquisas de intenção de voto têm mostrado não apenas que sua postulação é viável, mas também que “eleição quem decide é o povo”. “Comprova que o PT tem uma grande preferência eleitoral e uma militância muito forte”. Campanha propositivaEm resposta, o presidente municipal do PSB, Karlo Kardozo, diz que as críticas feitas durante a campanha são justamente em relação aos mesmos pontos que levaram ao rompimento. “Não estamos fazendo ataque a ninguém, muito pelo contrário, é uma campanha extremamente propositiva”, afirma. Kardozo diz ainda que a verdadeira tensão na disputa está na relação entre a Prefeitura e os servidores municipais. “A tensão vem da pressão em cima dos terceirizados e comissionados. Temos recebido uma série de denúncias”, afirma. O quê ENTENDA A NOTÍCIA A suposta falta de viabilidade da candidatura de Elmano foi a justificativa apresentada pelo PSB – sobretudo por Cid – para o rompimento com o PT. No momento, as candidaturas de ambos os partidos aparecem com chances reais de se enfrentarem no 2º turno.