As redes sociais foram agitaram, no fim de semana, com o episódio em que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) usou o termo pejorativo "paraíba" para se referir a nordestinos e dizer também que não devia dar "nada" para o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). No Ceará, o assunto também rendeu no meio político.
Neste domingo, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), disse que, passadas as eleições, é preciso "governar para todos, deixando para trás as diferenças". "Ajudarei sempre que possível e criticarei e lutarei contra tudo o que considero injusto e que prejudique a população, sobretudo a que mais precisa. O Nordeste está unido, e o Brasil precisa se unir, mais do que nunca. Chega de ódio e intolerância", disse Camilo no Facebook.
Já o deputado José Guimarães (PT), usou o Twitter para acusar o presidente de ter cometido "crime de racismo" e de ter ferido "o princípio da impessoalidade".
Correligionário de Bolsonaro, o deputado estadual André Fernandes (PSL) tentou minimizar o caso, atacando a oposição e o ex-presidente Lula no Twitter. "Grande 'crime' o Bolsonaro cometeu ao chamar o Nordeste de Paraíba, onde pra muitos isso foi xenofobia. Bom mesmo era quando o cachaceiro dizia que comprava os nossos votos do Nordeste por R$ 10".
Bahia
Com viagem prevista para a próxima terça-feira, a fim de inaugurar o Aeroporto de Vitória da Conquista, na Bahia, Bolsonaro afirmou, neste domingo, que não teme ataques e protestos como reação aos comentários feitos na sexta em relação a governadores do Nordeste.
Será a segunda viagem oficial de Bolsonaro como presidente à região - a primeira foi a Pernambuco, em maio.
"A Bahia é Brasil. Sem problemas. Sou amigo do Nordeste, poxa. Se eu tenho um problema no Sul, não se fala na Região Sul, Centro-Oeste e Norte. Por que essa história? Vocês mesmos da mídia querem separar o Nordeste do Brasil. O Nordeste é Brasil, é minha terra e eu ando em qualquer lugar do território brasileiro", disse, ao voltar ao Palácio da Alvorada, após participar de um culto evangélico e de almoçar em galeteria de Brasília.
Ao deixar o restaurante, Bolsonaro parou para tirar fotos com simpatizantes e perguntou: "Tem algum nordestino ofendido aí?". Ouviu negativas de pessoas próximas.
Questionado se poderia pedir desculpa, Bolsonaro se irritou. "Quem ficou ofendido? Quem?", respondeu.
Sobre uma visita ao Maranhão, o presidente garantiu que, se tivesse evento, iria.
Desmatamento
Bolsonaro também voltou, neste domingo, a mostrar insatisfação com o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, e a divulgação de aumento do desmatamento da Amazônia.O presidente disse que o Brasil "não pode fazer propaganda contra ele mesmo" e que o dado pode prejudicar o Brasil em conversas com outros países, citando EUA, Coreia do Sul e Japão.