Célula de Proteção Comunitária no Vila Velha
Alex Gomes/ Especial para O POVO
Desde o início do mês, diversas pessoas têm procurado a coluna para questionar atual situação do Instituto de Saúde dos Servidores do Estado do Ceará (Issec). O órgão, que funciona como uma espécie de "plano de saúde" dos servidores públicos estaduais, passou a cobrar uma taxa dos usuários no final do ano passado, sob a justificativa de que a verba iria para a expansão da rede de atendimento. Acontece que, passados mais de cinco meses, servidores alegam que não houve qualquer avanço na rede conveniada do Issec. Muito pelo contrário, eles relatam dificuldade maior no agendamento de exames e cirurgias.
"Antes, eu não pagava nada. Agora é quase R$ 500 reais e é a mesma rede", disse um leitor, funcionário da Universidade Estadual do Ceará (Uece), que procurou O POVO na semana passada. Segundo ele, o Novo Issec foi vendido aos servidores como a expansão da cobertura do antigo plano, mas, na prática, não houve mudanças na rede de médicos, clínicas ou hospitais conveniados. História semelhante foi confirmada por outros quatro servidores estaduais, que reclamam dos valores praticados pelo Issec, próximos de planos privados.
No final de março, os deputados Soldado Noélio (Pros) e Heitor Férrer (SD) levaram o caso à tribuna da Assembleia, destacando que hospitais como a Gastroclínica e o São Raimundo chegaram até a suspender a internação de pacientes por falta de repasses. A Casa deverá voltar ao tema na próxima terça-feira, 28, em audiência pública proposta por Férrer para debater as denúncias envolvendo o novo plano.
Issec rebate
Em nota, o Issec rebateu as acusações. "Consideramos improcedente a reclamação (...) se compararmos o primeiro quadrimestre de 2018 a igual período de 2019, houve um incremento exponencial na oferta de serviços assistenciais de saúde disponibilizados pelo Issec", diz o órgão, que afirma ter registrado 8,7 mil consultas médicas no 1º quadrimestre em 2018 contra mais de 69,3 mil no mesmo período deste ano. "Houve a eliminação das restrições previstas no modelo anterior para a liberação de atendimento", diz ainda.
O Issec destaca ainda que está com edital de credenciamento aberto até 31 de dezembro para o recebimento de propostas para novas parcerias. "Há previsão também de credenciamento de hospitais". O órgão também esclarece que todo o recurso das contribuições de usuários é creditada no Fundo de Assistência à Saúde do Servidor Público (Fassec). Segundo o Issec, o plano da autarquia possui hoje um total de 489 credenciados, sendo 354 na capital e 135 no interior. Em 2010, o número oficial do governo era de 754 credenciados.
142 cargos na Prefeitura
O prefeito Roberto Cláudio editou decreto que criou 142 novos cargos comissionados na estrutura da Prefeitura, com salários que vão de R$ 760 até R$ 9,6 mil. Só nessa faixa mais alta de salário, foram criados 78 cargos de direção geral, com objetivo de "liderar, coordenar, assessor e exercer a autoridade política, programática e instrumental dentro da alta administração setorial". Assinado na semana passada, o decreto foi publicado na edição do Diário Oficial de ontem e tem efeitos imediatos.
Torres do Moroni
A Prefeitura de Fortaleza vai convocar mais 40 guardas municipais para participar de um curso de armamento e tiro para reforçar as Células de Proteção Comunitária, as famosas torres de segurança idealizadas pelo vice-prefeito Moroni Torgan (DEM). Ao todo, os agentes passarão por cursos de 164 horas em pistola calibre .380 e espingarda calibre 12. A convocação pode marcar um retorno ao projeto de expansão do programa: inicialmente, a Prefeitura prometeu entregar 17 torres ainda em 2018. Apenas cinco já foram entregues.