Assim como ocorreu ontem em cidades de vários estados brasileiros e no Distrito Federal, manifestantes protestaram em Fortaleza contra o fim da Operação Lava Jato. Eles pediram ainda o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial o de Gilmar Mendes. Convocada pelas redes sociais, a manifestação aconteceu na Praça Portugal, na Aldeota.
Com boneco inflável gigante do "super Sérgio Moro" e paredão de som, os manifestantes gritavam que "as togas (dos ministros da Corte) vão virar pano de chão". Nos semáforos próximos à praça, eles usavam faixas, bandeiras, fantasias e apitos para pedir apoio dos motoristas às pautas da direita. Como é comum em eventos de grupos de direita no local, houve quem defendesse intervenção militar nos poderes e até a volta da monarquia. Falou-se até no fim do STF, apontando que sete dos 11 ministros foram indicados por presidentes do PT.
Na última quinta-feira, o STF definiu a Justiça Eleitoral como foro para julgar corrupção e lavagem de dinheiro quando associada ao Caixa 2. A decisão levantou temores sobre o fim da Lava Jato. Foi o principal motivo de críticas do ato, de acordo com a aposentada Magnólia Almeida. "É um absurdo o que eles estão fazendo com o Brasil. A Lava Jato veio mostrar que todos somos iguais perante a lei. A gente sabe que é uma estratégia para salvar quem deve ficar na cadeia por muito mais tempo", opinou.
O Movimento Brasil Livre, um dos organizadores do evento, estimou o público em 500 participantes. Junto a eles, estiveram os deputados federais Heitor Freire (PSL) e Capitão Wagner (Pros), o deputado estadual André Fernandes (PSL) e o senador Eduardo Girão (Pode).
Em discurso, Wagner defendeu que "nem todos os políticos são iguais". Afirmou ainda que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Judiciário "tem que sair do papel". "A Lava Jato é patrimônio do povo e tem que avançar, porque tem mais gente para ser presa", completou Girão.
LUCAS BRAGA