ZEZINHO ALBUQUERQUE busca quarto mandato presidindo a Casa
FABIO LIMA
Dois anos após disputa entre Zezinho Albuquerque (PDT) e Sérgio Aguiar (PDT) pela presidência da Assembleia Legislativa rachar a base de Camilo Santana (PT), deputados do ninho governista rechaçam hoje hipótese de novo confronto de chapas na eleição da Casa.
Até agora, cinco deputados do PDT são cotados para a sucessão: Evandro Leitão, Tin Gomes, Sarto Nogueira e Sérgio Aguiar, além do próprio presidente Zezinho, que busca hoje inédito 4º mandato na chefia da Casa. Mesmo com o impasse, aliados e até pretendentes ao posto rejeitam disputa e apostam em candidatura única consensual.
A ideia é evitar novo "trauma" como a disputa de 2016, que levou à extinção do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e saída do grupo do ex-presidente da Corte, Domingos Filho (PSD), da base aliada. Rompido com Camilo Santana logo após a disputa na Assembleia, Domingos acabou voltando ao governo no fim do ano passado, após articulação do petista.
%uFFFCSÉRGIO AGUIAR protagonizou racha com Zezinho na disputa de dois anos atrás DIVULGAÇÃO/ ALCE
"De mim não tem mais (chapa para disputa). Não vou a plenário mais", diz Sérgio Aguiar, "autor" do tensionamento de dois anos atrás. "Já pensando no futuro, e principalmente na importância de se ter um clima favorável para o Estado, com um novo Governo Federal e tudo mais, acho que não há mais espaço para disputa. O clima agora pede consenso", diz.
Outro em pré-campanha para a vaga, Tin Gomes também rejeita tese de novo racha entre aliados. "Será um consenso, uma candidatura unânime. Essa maturidade veio até por causa da coisa traumática que foi a eleição passada, fez com que todos os pré-candidatos estejam mais cautelosos", afirma. "Ninguém está tensionando".
Além dos dois, predomina na base a intenção de que o processo seja definido "na paz", com reuniões entre o PDT, os irmãos Cid e Ciro Gomes e o próprio governador Camilo. "É a coisa certa, senão vai acontecer o mesmo trauma da outra vez. É melhor para todo mundo esse consenso", reforça Tin.
Até agora, candidatos à vaga evitam falar abertamente nas estratégias de campanha, com a disputa ainda restrita a reuniões a portas fechadas e conversas de bastidores. "O próprio governador diz que só falará sobre isso em dezembro", diz um deputado que preferiu não se identificar. "Mas, nos bastidores, já está acontecendo faz tempos", completa.
Como a eleição da Assembleia exige inscrição de uma chapa completa, são necessários pelo menos nove nomes para apresentar uma candidatura na Casa. A julgar pelas posições na campanha, a oposição terá apenas oito deputados no Legislativo, o que impossibilita o grupo de lançar candidatura independente. A eleição ocorre na primeira sessão da nova Legislatura, marcada para 1º de fevereiro de 2019.
CARLOS MAZZA