A discussão sobre a qualidade do atendimento oferecido à população nas unidades públicas de saúde do Ceará foi mote de pronunciamentos, ontem, no plenário da Assembleia Legislativa.
Na ocasião, o deputado Heitor Férrer (SD) criticou o que avalia como falhas no atendimento em saúde pública no Ceará. Ele destacou a falta de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no Estado. “Cada morte ocasionada pela falta de atendimento em saúde equivale a um assassinato cometido pelo Estado”, disse.
O parlamentar sugeriu que o Estado elabore políticas públicas que ampliem os leitos de UTI no Ceará. De acordo com ele, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabelece um total de cinco leitos para cada mil pessoas em localidades com índice populacional semelhante ao cearense. “No Ceará, são apenas dois leitos a cada mil, e isso é injustificável”, afirmou.
Heitor Férrer informou ainda que somente a Procuradoria Geral da União recebe, diariamente, uma média de 12 pedidos de leitos de UTI do Ceará. “E não estamos considerando a Procuradoria do Estado, os advogados particulares e outras formas de acesso”, comentou.
O parlamentar voltou a criticar em investimentos feitos pelos governos anteriores em obras como o Acquario Ceará, a compra dos “tatuzões”, entre outros projetos, em detrimento do “essencial à população”.
Ele elogiou os hospitais cearenses, os quais qualificou como “eficientes, mas insuficientes, por não terem a manutenção adequada por parte do Estado”.
UPA
Ainda durante a sessão, Heitor Férrer (SD) denunciou o suposto fechamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do bairro Acaracuzinho, por falta de segurança.
Conforme explicou o parlamentar, uma enfermeira do equipamento informou que precisaram fechar as portas, em razão das ameaças por parte de pessoas ligadas a facções. “É lamentável que a população deixe de ser atendida por falta de segurança. Peço ao governador e ao secretário de segurança que dêem condições para que o funcionamento volte ao normal”, cobrou.
Ampliação
Já a deputada Dra. Silvana (PR), que defende ampliação da emergência do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), adiantou que está elaborando um projeto de lei para garantir a implantação da medida.
“O que precisamos é de mais espaço com mais leitos para atender os doentes. Ninguém quer ficar em corredor e, portanto queremos dar um tratamento melhor. O mais importante é que tenhamos leitos para que todos sejam atendidos”, ressaltou.
A parlamentar disse que vai reunir deputados para assinar um documento concordando com o anexo da emergência do hospital. “É essencial que existam leitos de emergência. O primordial é que as pessoas sejam atendidas”, voltou a afirmar a deputada.
Na mesma linha, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) apontou a importância de aumentar recursos para a saúde pública, além de buscar o fortalecimento dos hospitais pólo. “Fortalecendo os hospitais de emergência conseguimos desafogar o HGF”, explicou.