O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (AL-CE), deputado Zezinho Albuquerque (PDT), defendeu que os governantes locais se aproximem do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Segundo ele, em conversa com a imprensa, na manhã de ontem (6), é importante que se esteja em posição de angariar mais recursos para o Estado junto ao Governo Federal.
Perguntado sobre demonstrações de “simpatia” entre prefeitos de municípios do interior cearense ao novo presidente – apesar da baixa pontuação recebida por ele no Ceará, no segundo turno das eleições, em comparação ao restante do país –, Zezinho avalia que o papel dos agentes políticos locais muda depois das eleições. “O presidente vai ser de todos os brasileiros e os prefeitos têm responsabilidade de trazer recursos e obras para seus municípios, não é questão de simpatia, de gostar ou não, todos têm que se aproximar dos ministros e do presidente para trazer recursos”, argumentou ele.
A maior parte das verbas públicas a serem repassadas, lembra ele, vem da União, de modo que é importante trabalhar essa aproximação para arcar com investimentos em saúde, segurança e educação.
A recomendação, conta ele, vale não só para os prefeitos, mas também para o próprio Governo do Estado, na figura de Camilo Santana (PT). “Uma coisa é a política, outra coisa é a administração do seu Estado ou seu município”, pontua o presidente, em referência ao apoio de Camilo ao correligionário Fernando Haddad e às críticas do governador reeleito a Bolsonaro durante o segundo turno da eleição presidencial.
As declarações do pedetista – que integra a base de governo de Camilo – ecoam as que o próprio governador tem feito sobre o assunto desde a eleição do capitão reformado. “Acredito que vivemos em uma federação e que possa existir essa relação institucional entre Presidência e os estados brasileiros, vou procurar dialogar”, disse ele na última semana, na ocasião da última reunião do Monitoramento de Ações e Projetos Prioritários (MAPP) com seus secretários. “Meu desejo é que o Brasil possa retomar o crescimento, ter diálogo, respeitar a democracia e respeitar a Constituição, isso que esperamos e já é o que o novo presidente sinalizou nos primeiros pronunciamentos depois de eleito.”
Municípios
Jair Bolsonaro não venceu o segundo turno das eleições em nenhum dos 184 municípios cearenses. Isso, no entanto, não tem sido impeditivo para que prefeitos do interior do Estado manifestem interesse na legenda do presidente eleito, o PSL, cujo crescimento no Brasil este ano tem estado diretamente ligado à popularidade do ex-militar.
Segundo Aldairton Carvalho, secretário-geral do partido no Estado, prefeitos têm entrado em contato pedindo a presença da legenda em seus municípios. Já houve procura, conta ele, por parte de gestores de Brejo Santo, Barbalha, Maracanaú e Crateús.
O secretário-geral aponta ainda que o PSL está estudando a instalação de diretórios do partido em todos os municípios cearenses e que já vislumbra a disputa por prefeituras em 2020. Na capital, a perspectiva é de que a legenda apoie a candidatura do deputado federal eleito Capitão Wagner (Pros) na eleição de daqui a dois anos. O Capitão, que foi o deputado mais eleito do Ceará no pleito deste ano, havia sido derrotado na disputa pela Prefeitura de Fortaleza em 2016, quando Roberto Cláudio (PDT) se reelegeu.