No primeiro dia de trabalho depois do recesso de julho, apenas 28 deputados estaduais registraram presença na sessão de ontem na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE). Em ritmo de pré-campanha, 18 parlamentares se ausentaram do primeiro dia de expediente no legislativo estadual.
A expectativa é que o ritmo de batente dos deputados seja bem reduzido em razão do chamado "recesso branco", quando parlamentares estão pelo Interior trabalhando os votos para a reeleição.
No primeiro dia de sessão do segundo semestre, os parlamentares subiram o tom em relação a temas que deverão ser prioridade na campanha eleitoral que se inicia no próximo dia 16. A oposição ocupou a maior parte do tempo na tribuna durante parte da manhã de ontem.
Enquanto o deputado governista Fernando Hugo (PP) discursou sobre o tema da previdência, argumentando que "o próximo presidente da República terá sobre o seu lombo uma problemática inescapável" para resolver o impasse, o deputado Ely Aguiar (PSDC), da oposição, debateu sobre a segurança pública.
"As pessoas estão apavoradas. Esta é a realidade de um Estado pessimamente conduzido. Admito que o Camilo herdou o abacaxi do governo anterior, mas vem demonstrando incompetência em relação à segurança", discursou o parlamentar sobre os ataques das facções criminosas nos últimos dias na Capital.
Roberto Mesquita (Pros), de oposição ao Palácio da Abolição, declarou que a gestão petista fracassou em todas as políticas de segurança pública. "O Ceará só experimentou a diminuição dos crimes violentos letais, durante o governo de Camilo Santana, quando as facções criminosas se uniram", apontou.
O parlamentar também criticou a estratégia do PT de não lançar nome ao Senado. "Resumindo, o governador vendeu a cabeça do Pimentel, do seu próprio partido, por dinheiro", disse.
Em aparte, o deputado Capitão Wagner (Pros) voltou a criticar as ações do governo petista no Estado envolvendo a segurança pública. "Como o Governo já acostumou os criminosos, os ataques só vão parar desta vez quando o Estado baixar as calças de novo e fizer uma nova negociação", disse.
O deputado Evandro Leitão (PDT), que presidia a Mesa Diretora, suspendeu a sessão por volta das 11h30min de ontem após um foco de incêndio no teto do plenário da Casa. Minutos depois foi anunciado que os trabalhos não seriam retomados apenas hoje.
A iluminação foi desligada e o odor de fumaça tomou conta do plenário. O corpo de Bombeiros foi acionado para controlar as chamas.
Em nota, a Assembleia Legislativa informou que "um dos refletores do Plenário 13 de Maio entrou em curto-circuito e, de imediato, a 7ª Seção de Bombeiros do 1° Grupamento de Bombeiros utilizou os extintores". Não houve risco de incêndio.
Incidente O incêndio foi debelado de forma rápida. Não houve feridos. Nos bastidores, de forma irônica, deputados comentavam que o debate na volta aos trabalhos "pegou fogo".