Parece fácil votar. O ritual é, realmente, de uma simplicidade franciscana. No dia da eleição, o eleitor vai à cabine e vota. Pronto: está consumado mais um ato de cidadania. Votar, porém, envolve responsabilidades de grande vulto. Não é uma mera desincumbência, que, se não fosse obrigatória no Brasil, talvez muitos se esquivassem dela.
O voto, que traduz a livre escolha e consagra o direito de opinião, é um dos elementos da democracia. Sem ele não teríamos como auscultar a vontade popular e estariam irremediavelmente perdidos todos os passos dados em favor da dignidade humana, desde os gregos aos iluministas do século XVIII, propositores definitivos do regime que o mundo consagrou como o melhor para o franco exercício da liberdade. Votar requer uma preparação. O bom eleitor é um ser consciente, que reflete serenamente antes de fazer a escolha.
Deve preponderar o acervo de qualidades positivas e funcionais do candidato. Não basta ser sorridente e afável. Nem um sujeito dadivoso, que distribui favores e exige, em contrapartida, a moeda do voto. O bom candidato é aquele que tem compromisso com o desempenho de seu mandato. Que é capaz de representar ou governar em nome do consenso, lutando em favor de melhores condições de vida para o povo.
Que não confunde o público com o privado e está sempre visando o coletivo. É claro que não se podem improvisar personalidades. Que não se modificam caracteres repentinamente. Que tenha uma vida que não envergonhe a sociedade pelas suas atitudes pregressas. É preciso verificar a postura e a atitude dele diante da sedução do peculato. Ver se suas mãos estão limpas, com exemplos de honradez.
Olhar a lista dos chamados “fichas sujas” é de bom alvitre. Quem comprou o direito de escolha do eleitor desonrou-se no desempenho da função pública e deve ser esquecido na hora do voto. Para o bem da cidade, do País e da humanidade. Outro item importante é a competência, sobretudo, para as funções executivas. Pode ocorrer que a pessoa tenha qualidades, mas, às vezes, excelentes indivíduos não têm capacidade administrativa e resultam em governantes medíocres, sem condições de executar projetos de interesse para o desenvolvimento e de realizar conquistas sustentáveis para o povo.
Todas essas razões devem ser mensuradas nas eleições porque são cobradas por eleitores jovens e idosos. O voto é um instrumento perigoso quando usado sem critério; mas, no exercício da lucidez, é a melhor ferramenta para se construir a verdadeira democracia. Welington Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.o estadual (PSB)