O plenário da Assembleia tem estado mais esvaziado, ultimamente, por conta de os deputados estarem na busca de votos no Interior
( Foto: José Leomar )
Todas as atenções dos deputados estaduais cearenses estão voltadas para as eleições de outubro próximo. Os poucos participantes das sessões ordinárias da Casa têm suas ações voltadas para o eleitorado do Interior, priorizando as questões municipais ou temas relacionados a interesses localizados. As votações das matérias, principalmente as do interesse do Governo, só acontecem após grande mobilização da liderança da base aliada.
A penúltima semana da janela partidária, período em que é permitida a troca de partido ou filiações dos que querem disputar um mandato em outubro próximo, tem toda a movimentação política acompanhada com atenção pelos parlamentares, pois do final desse processo de troca de partidos sairão as definições para formação das coligações partidárias, uma grande incógnita para muitos dos atuais candidatos à cargo proporcional.
> Mudança no horário das sessões da Câmara
Segundo a legislação eleitoral, este ano será o último em que os partidos poderão fazer coligações na eleição proporcional. A partir das eleições municipais de 2020 só poderão ocorrer coligações na disputa majoritária, de prefeito, e no pleito seguinte de governador, senador e presidente da República. As coligações proporcionais, em muitos casos, ajudam aos candidatos com menor quantidade de votos, às vezes prejudicando uns que obtiveram mais número de votos, mas não conseguiram o quociente eleitoral.
Além da questão relacionada às novas filiações, parte dos deputados estaduais está preocupada com o desempenho de alguns candidatos estreantes, principalmente os que estão no exercício de cargos comissionados, tanto no Estado quanto nos municípios, embora eles tenham que deixar seus empregos até o dia 7 de abril, seis meses antes do dia da votação, para efeito de desincompatibilização definida pela legislação eleitoral.
Em razão do trabalho desses candidatos que estão em função de destaque nos executivos estadual e municipais, algumas advertências já foram feitas aos representantes do Ministério Público eleitoral, sobre a possibilidade desses candidatos estarem fazendo uso do poder político, prática considerada como crime pela legislação atual.
Votações
A pauta de votação da Assembleia também atende aos interesses políticos dos parlamentares. Nesta época, nenhum deputado quer votar matéria polêmica, para evitar desgastes, notadamente com os servidores públicos, como é o caso da proposta do Governo do Estado, há alguns dias tramitando na Assembleia, cuidando de mudanças no Sistema Previdenciário estadual.
Antes do pacote sobre a Previdência do Estado, havia chegado à Assembleia matéria de interesse do Poder Judiciário que só deverá ser votada após a eleição de outubro próximo. Após o recesso do mês de julho, por conta do interesse de cada um dos deputados na busca de voto, as sessões serão reduzidas. Tudo que for considerado polêmico só será discutido a partir do início de novembro.
O recesso branco do segundo semestre também pode servir para reduzir os espaços da oposição que, em épocas de eleição, sempre aproveita esse momento para ganhar mais espaço com suas críticas ao Governo, aproveitando as falhas da administração. Neste ano, o centro das críticas será a questão da Segurança, principalmente após os vários incidentes registrados em vários pontos do Estado, deixando fragilizada a administração.