O debate sobre a chamada “ideologia de gênero” tem ganhado destaque na Assembleia Legislativa através dos deputados Ely Aguiar (PSDC) e Doutora Silvana (MDB).
Para Ely Aguiar, a discussão deve ser feita no Parlamento, mas não nas escolas com as crianças. O parlamentar salienta que incutir a “ideologia gênero” nas instituições de ensino confunde os jovens. “Empurrar goela abaixo que a criança não nasce menino ou menina e pode ser o que quiser, é errado. Confunde a criança e vai contra os valores da família”, aponta.
O deputado enfatiza que as pessoas têm direito de escolher como querem ser feliz e destacou a importância de respeitar as diferenças. “A união entre duas mulheres ou dois homens precisa ser respeitada, mas incutir na cabeça de uma criança ideologia de gênero e erotizar a infância não é correto. Não podemos impor e nem confundir nossas crianças”, assinala.
O parlamentar frisou que existe uma lei, sancionada pelo Governo do Estado, que proíbe essa prática nas escolas, porém, muitas instituições estão distribuindo cartilhas com esse conteúdo. “Se é lei, não pode. Precisamos respeitar as famílias. Não se ensina sexualidade na escola. A pessoa cresce e amadurece ao longo da vida. Não podemos tirar a pureza das crianças”, afirma.
Sobre o assunto, a deputada Dra. Silvana (MDB) já manifestou a intenção de criar a Frente Popular para a Fiscalização da Ideologia de Gênero nas Escolas. Ela explica que a iniciativa vai possibilitar que a própria população, em suas cidades e estados, mobilize-se para denunciar a ideologia de gênero nas escolas. “Em todos os lugares teremos gente fiscalizando. Quem quiser participar vai supervisionar e denunciar. Seremos como um exército”, defende.
Dra. Silvana destacou que já existe a Frente Parlamentar que fiscaliza a ideologia de gênero nas instituições de ensino, porém, mais medidas precisam ser adotadas. “O Plano Estadual de Educação tem validade de 10 anos e este diz que não deve existir ideologia de gênero nas escolas”, afirmou em pronunciamento recente na Assembleia Legislativa.
Na ocasião, a deputada pontuou ainda que, na Capital, existe um livro que aborda a ideologia de gênero e foi aceito nas escolas. “Já entrei em contato com o Ministério Público a respeito desse material e vamos impedir”, disse.
O deputado Roberto Mesquita (PSD) também se posicionou contra a ideologia de gênero nas escolas. “Estamos vivendo tempos de muita intolerância, mas as coisas precisam ser debatidas. Não devemos impor nada a ninguém”, avaliou.
“Imprópria”
Na semana passada, Dra. Silvana (PMDB) relatou uma denúncia que recebeu de distribuição de material considerado impróprio para crianças que estaria sendo realizada pela Secretaria de Educação do município de Capistrano.
Segundo a parlamentar, um pai relatou que sua filha de oito anos teria recebido, em sala de aula, uma cartilha produzida pelo Ministério da Saúde a respeito de doenças sexualmente transmissíveis, contendo, entre outras coisas, orientações para o uso de preservativos. “A distribuição da cartilha é importante, mas desde que seja entregue para quem foi recomendada. Uma criança de oito anos não precisa aprender sobre o uso da camisinha”, criticou.
A deputada explicou que a Secretaria de Educação do município reconheceu o erro na distribuição, mas criticou a irresponsabilidade com o material, pois a cartilha é voltada para adolescentes. “Podem dizer que foi um equívoco, mas isso se configura como erotização de crianças. Vou levar essa denúncia para o Ministério Público. Não aceito isso”, reclamou.
Para a deputada, é preciso cobrar do Estado a garantia de uma infância saudável, pois é papel das autoridades proteger as crianças. “Não pensei que eu precisaria lutar para que crianças curtam simplesmente seu direito de ser criança. Denunciem essas situações. Pois, se preciso for, faremos blitze na luta pela preservação da infância. Que elas brinquem, estudem e leiam obras próprias para sua idade”, defendeu.