A mobilização em defesa da candidatura do ex-presidente Lula (PT) se inicia hoje no Ceará, com agenda que percorre da Capital a municípios do interior do Estado. O cronograma foi fechado ontem, em reunião do PT Ceará com o PCdoB, PSB e PCO além de movimentos sociais e de apoiadores da causa. Com o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, anunciado como pré-candidato a presidente da República, o PDT não enviou representante ao encontro de ontem, que teve o objetivo de construir um grande ato no dia do julgamento de Lula, 24 de janeiro.
O PDT, até agora, só tem apoiado o movimento nacionalmente. Enquanto seu presidente nacional, Carlos Lupi, assinou um artigo afirmando que “o caso que ficou conhecido com o Triplex do Lula é um exemplo de tudo que o código da Magistratura proíbe”, nenhum representante da sigla do Ceará participou da reunião de ontem.
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Segundo o presidente estadual do PT, Francisco de Assis Diniz, porém, o PDT foi convidado e iria mandar representante, mas ele não chegou a tempo para a plenária. O presidente estadual, deputado federal André Figueiredo, está viajando de férias fora do País.
Ciro também não assinou nem deu resposta ao pedido para assinar o manifesto “Eleição sem Lula é Fraude”, lançado em dezembro e subscrito, dentre outros políticos, pelos ex-presidentes Pepe Mujica, do Uruguai, e Cristina Kirchner, da Argentina.
No Ceará, Quixadá, Limoeiro do Norte, Quixelô e Fortaleza são os municípios que receberão, hoje, plenárias para discutir o movimento pró-Lula. Mobilização planeja até bloco de Pré-Carnaval, que sai no dia 13 da praça da Igreja Nossa Senhora do Carmo e segue em cortejo pelo Centro da Capital. Até dia 24, os eventos vão passar por Crateús, Crato, Meruoca, Juazeiro e Sobral, pelo menos, segundo cronograma divulgado pelo PT.
Condenado pelo juiz Sergio Moro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em julho do ano passado, o petista pode tornar-se inelegível se a sentença for confirmada pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF-4) no próximo dia 24. A estratégia do PT é, então, argumentar que uma eleição sem Lula seria antidemocrática.
“Serão momentos fortes, onde o PT e os grandes aliados e lideranças políticas do campo democrático popular vão nessa mobilização dizer ao País que nós não aceitamos eleições sem a participação do presidente Lula”, afirmou o deputado federal José Guimarães (PT).
De acordo com o dirigente petista, é o “caráter democrático” do movimento que explica a participação de partidos que pretendem lançar candidatos próprios à presidência da República. É o caso do PCdoB e do próprio PDT, que lançaram, respectivamente, a deputada estadual gaúcha Manoela Dávila e Ciro Gomes como pré-candidatos. “Nós não estamos discutindo o apoio à candidatura do Lula, nós estamos defendendo o direito do Lula ser candidato, que é essencial à democracia do País”, explica Francisco de Assis. “Não há incongruência”.
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Estiveram presentes na plenária de ontem, além de representantes do PCdoB, PSB e PCO, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), movimentos sociais, sindicatos e a Frente Brasil Popular. Do PT, os deputados federais José Guimarães e José Airton e o senador José Pimentel, além dos deputados estaduais Elmano de Freitas, Rachel Marques, Dr Santana e Moisés Braz e dos vereadores de Fortaleza Guilherme Sampaio e Acrísio Sena, presidente do PT municipal.Confira a agenda de mobilização em Fortaleza:
13 de janeiro, às 10 horas, na Praça do Carmo:Bloco “Tô com Lula CE”
15 de janeiro, às 18h na sede do PT Ceará:Plenária PT Fortaleza
16 de janeiro, às 15h, no Sindicato dos Bancários:
Plenária da Frente Brasil Popular
24 de janeiro, na sede da Justiça Federal:Grande ato em defesa do Lula