Apesar da aproximação entre Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (PMDB), membros da própria base dizem não acreditar em reeleição fácil do peemedebista ao Senado em 2018. Em projeções de aliados do governador, nomes mais fortes para o cargo de senador no próximo ano seriam, no caso de uma aliança PT e PMDB, os de Cid Gomes (PDT) e Capitão Wagner (PR).
A força do deputado, no entanto, estaria condicionada a uma candidatura de Tasso Jereissati (PSDB) ao governo. Vista como forma de “facilitar” vida de Eunício na reeleição, aliança com o governo foi apontada como um dos principais fatores que podem prejudicar o peemedebista na disputa.
“O Cid tá eleito, isso é fato. Mas o Eunício, indo em chapa com ele, teria que se explicar muito, pegaria mal”, disse um membro da base, que preferiu não se identificar. “A expectativa é clara que, em uma disputa, Cid e Wagner polarizem. Até pelo histórico. Aí o Eunício perderia o voto dos descontentes, que tendem a migrar para o Capitão”, avalia.
Já para Sérgio Aguiar (PDT), outro membro da base, deve ser destacado ainda o poder de Tasso em “puxar” um nome ao Senado.
“Essa segunda vaga é complicada. Acredito que o Eunício está se mobilizando, fazendo força, liberando recursos, conversando com prefeitos, para se fortalecer”, diz.
“Porque em uma disputa acirrada, com o Tasso, que é um nome muito forte, como candidato, certamente seria um embate muito forte, e o cearense vota muito em chapa, acabaria trazendo muito voto conjunto”, diz. “Martelo batido”
Na manhã de ontem, corredores da Assembleia já davam como “fato consumado” a aliança entre Camilo e Eunício e a candidatura de Tasso para 2018. No próprio plenário, Antônio Granja (PDT) rabiscava com outros deputados possíveis coligações proporcionais para o pleito, sempre incluindo peemedebistas entre os aliados.
Em nenhum dos casos, no entanto, existe ainda decisão oficial.
Apesar da insistência de opositores, o próprio Tasso Jereissati ainda resiste a confirmar candidatura. Apesar disso, principais líderes do bloco PSDB, PSD, PR e SD ainda apostam na entrada do senador na disputa.
Eunício Oliveira, por sua vez, ainda evita falar sobre eleição. “2018 vai ser discutido em 2018”, disse na sexta-feira passada. Apesar disso, o senador tem divulgados nas redes sociais diversos vídeos com mensagens de apoio de prefeitos do Interior do Estado - de base e oposição -, que destacam recursos articulados pelo senador.
Para deputados estaduais, as publicações são “mensagem cifrada” de costuras do senador de olho em apoios para a eleição. “O Eunício é presidente do Congresso. Você acha mesmo que ele ficaria gravando com prefeito de cidade de 20 mil habitantes se isso não tivesse um peso estratégico em 2018?”, questionou um parlamentar.
CARLOS MAZZA