Pelo menos sete gestores do Governo do Ceará deverão deixar seus cargos para disputar as eleições do próximo ano. Com as candidaturas, o governador Camilo Santana (PT) vai promover mudanças no secretariado até abril de 2018, prazo-limite para os candidatos entregarem os cargos.
Quatro nomes são tidos como certos no pleito disputando vagas como deputado federal ou estadual. O PT, que busca a ampliação da bancada na Assembleia Legislativa em 2018, confirma a candidatura de Fernando Santana (adjunto do Gabinete do governador) e de Dedé Teixeira (Desenvolvimento Agrário).
Também para deputado estadual, o PDT vai apostar em Josbertini Clementino (Trabalho e Desenvolvimento Social), que terá ainda Mauro Filho (Fazenda) como nome para a Câmara dos Deputados. “A ideia é qualificar a bancada com conteúdo que possa ajudar no âmbito estadual e federal para aumentar nossa respeitabilidade”, afirma o presidente do partido, André Figueiredo.
No campo das candidaturas possíveis, está a do secretário da Ciência e Tecnologia, Inácio Arruda, que é cotado pelo PCdoB para vaga como deputado federal. O secretário, que depois de deixar o Senado foi derrotado nas eleições de 2014 para vaga na Assembleia Legislativa, é aposta da sigla para garantir espaço da bancada cearense na Câmara no próximo ano. Inácio, no entanto, minimiza a possibilidade. “O partido ainda vai examinar”, disse.
O PCdoB também tem amadurecido a possibilidade de o secretário da Educação, Idilvan Alencar, disputar as eleições para deputado federal. “O secretário Idilvan, como várias outras lideranças, pode se unir ao partido e participar das disputas eleitorais, mas hoje não está posto”, admite o presidente do PCdoB, Luís Carlos Paes.
O PPS, porém, já iniciou conversas com o ex-reitor da Universidade Federal do Ceará e atual secretário das Cidades, Jesualdo Farias, para disputar vaga na Câmara dos Deputados pelo partido.
De acordo com o presidente da sigla, o professor ainda está avaliando a candidatura. “Ele é uma liderança local e nacional, além de ser um nome novo na política. É o que a sociedade está pedindo hoje”, defende Alexandre Pereira.
Cargos
Pela legislação, os secretários que disputarão o próximo pleito devem entregar seus cargos até 7 de abril, seis meses antes das eleições. As mudanças no secretariado de Camilo Santana só devem acontecer no próximo ano.
Em novembro, logo nas primeiras manifestações de gestores com vistas às eleições, alguns deputados da base se posicionaram cobrando a exoneração dos cargos ainda neste ano.
Os parlamentares acusavam os titulares das pastas estaduais de usarem a máquina pública para “invadir” suas bases eleitorais no Interior. Um dos insatisfeitos era Osmar Baquit (PSD), que expôs a situação em sessões na Assembleia e teve reunião sobre o caso com o presidente da AL, Zezinho Albuquerque (PDT).
Depois da conversa, Baquit arrefeceu a cobrança. “Depois que expus meu ponto de vista, não falei mais nisso”, disse o parlamentar.
Questionada sobre o interesse de secretários em disputar as eleições e as mudanças nos quadros de Camilo, a assessoria de comunicação do governador se limitou a dizer que “não sabia disso”.