A pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB, Manuela D´Ávila, não descarta aliança do bloco de esquerda com o PMDB e diz que a eleição do próximo ano não pode ser “mero debate” do impeachment. O partido de Manuela foi um dos mais ferrenhos críticos da saída de Dilma Rousseff no Planalto, em agosto de 2016.
A deputada estadual pelo Rio Grande do Sul participou, ontem, de seminário sobre violência contra mulher na Assembleia Legislativa do Ceará.
“Todos aqueles que quiserem se juntar à retomada do crescimento econômico e sair da crise garantindo direitos sociais e individuais para o seu povo são nossos parceiros", afirma a parlamentar gaúcha, ao contemporizar a coligação entre os aliados do PT e nomes do PMDB em pelo menos oito estados com vistas a 2018.
Para Manuela, as próximas eleições devem se concentrar na construção de agenda para “sair da crise econômica e política do País”, mesmo que tenha que equilibrar diferenças surgidas no processo de impeachment.
“Nós, do PCdoB, temos uma caracterização muito firme: achamos que o Brasil sofreu um golpe institucional, mas a eleição de 2018 não é um mero debate sobre o que aconteceu em 2016. Ela tem que nos fazer olhar para a frente”, declarou a pré-candidata.
O surgimento de outras candidaturas identificadas como de esquerda não são, para Manuela, um indicativo de fragmentação do bloco. Ela diz que todos os pré-candidatos, incluindo o ex-governador Ciro Gomes (PDT) e o ex-presidente Lula (PT), estão participando de encontros que garantem a percepção de "pontos de convergência" entre eles.
“Não consigo vislumbrar cenário no segundo turno e no processo eleitoral brasileiro sem que estejamos juntos com nomes como Lula e Ciro", afirma.
"Se eu não tenho credenciais para que se compreenda o sentido da unidade, dois brasileiro com esse compromisso com o povo não fugirão da responsabilidade com a história", completa.
Senado
Nome do PCdoB no Governo do Estado, o secretário da Ciência e Tecnologia Inácio Arruda participou de encontro entre Manuela D'Ávila e o governador Camilo Santana na tarde de ontem. Inácio disse que a pré-candidatura da deputada estadual Augusta Brito ao Senado já foi apresentado ao governador, embora admita que "outros partidos" também demostraram interesse pelo apoio de Camilo para o pleito. A proposição se mantém mesmo que o governador decida apoiar outro nome, diz o secretário.
Camilo tem se aproximado, nos últimos meses, do senador Eunício Oliveira (PMDB), que já admitiu possível aliança com o governador petista. "O grau de amplitude que a candidatura do Camilo deve tomar não prejudica. Ela ajuda", disse Inácio.
RÔMULO COSTA