Deputado Carlos Matos (PSDB) defende que o momento não é de definição de nomes, mas de construção de uma plataforma para a disputa
( Foto: José Leomar )
Juntos, PSDB, PSD, PR e Solidariedade são os principais partidos que permanecem fazendo oposição ao Governo de Camilo Santana (PT). Conforme o Diário do Nordeste noticiou no último fim de semana, ao menos três nomes dessas legendas são apontados como prováveis candidatos ao Governo do Estado em 2018. No entanto, a preocupação maior de seus líderes diz respeito ao tempo de rádio e televisão que a coligação terá, bem como a falta de estrutura dos eventuais postulantes depois da saída do PMDB do bloco.
O senador Tasso Jereissati (PSDB), o deputado estadual Capitão Wagner (PR) e o conselheiro em disponibilidade do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Filho, foram escolhidos por parte de lideranças oposicionistas como prováveis candidatos ao pleito, em jantar na última quinta-feira (16). O problema é que Tasso já descartou tal possibilidade, defendendo um postulante que represente renovação. Domingos Filho vai tentar viabilizar seu retorno oficial à política, e Wagner passou o fim de semana fazendo incursões na região do Cariri.
Para oposicionistas entrevistados pelo Diário, os nomes mais relevantes nessa disputa seriam o do senador tucano ou o de Wagner, visto a atuação política dos dois nos últimos anos. Domingos Filho, por outro lado, só recentemente adotou postura de opositor, fazendo críticas ao governador Camilo Santana, principalmente, após a batalha política e judicial que resultou na extinção do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), até então presidido por ele.
Presidente do PSD no Ceará, o deputado federal Domingos Neto afirma que a eleição do próximo ano será disputada com qualquer um desses três nomes, sendo "mais tranquila" se for o do senador Tasso. Filho de Domingos Filho, ele diz que seu pai só irá para a disputa caso os dois primeiros não forem, e, para isso, precisaria se aposentar de sua função de conselheiro.
Capitão Wagner ainda aposta que Tasso Jereissati seja o candidato ao Governo do Estado pela oposição e, dessa forma, ele poderia tentar uma vaga no Senado. No entanto, informações dão conta de que o deputado estadual poderá também disputar uma cadeira na Câmara Federal. Para ele, não haverá problemas quanto ao financiamento da disputa em 2018.
"Não vejo com tanta dificuldade essa questão financeira, até porque nunca vi nesse grupo a questão financeira sendo utilizada. Se existe o dinheiro, eu nunca vi", disparou Wagner, que no ano passado foi apoiado por PMDB e PSDB na disputa pela Prefeitura de Fortaleza.
Das principais vozes de oposição na Assembleia Legislativa, o deputado Roberto Mesquita (PSD) diz que eventual aliança de Eunício Oliveira com Camilo Santana "deu uma paulada na cabeça da oposição" e enfraqueceu ainda mais o bloco, principalmente depois que Tasso Jereissati disse que não quer disputar o pleito. "O Capitão Wagner é um nome espetacular, mas não tem estrutura necessária para fazer a campanha para Governo do Estado, e, desprotegidos de apoios, mais fracos ficamos".
Plataforma
A deputada Fernanda Pessoa (PR), por outro lado, afirma que a eleição será definida de acordo com os nomes e a biografia dos postulantes. Por isso, ela defende que um dos três nomes seja a escolha da oposição.
Já Carlos Matos (PSDB) destaca que o momento é de construção de uma plataforma. "Não precisa decidir nada neste momento, porque tem muita água para rolar. Como se vê, nomes competitivos nós temos", disse. O posicionamento dele vai de encontro ao que defende Luiz Pontes, liderança do partido, que sinaliza querer uma decisão do bloco já no próximo mês.