O governador Camilo Santana (PT) terá que ter, segundo aliados, muita habilidade e capacidade extrema de diálogo para apaziguar questões que surgiram com a aproximação entre ele e o senador Eunício Oliveira (PMDB) para o pleito de 2018. Outro imbróglio que precisa ser equacionado pelo petista diz respeito a seu posicionamento quanto à disputa presidencial, visto que Lula, líder de seu partido, e Ciro Gomes, seu padrinho político, ainda estão colocados como pretensos candidatos.
De acordo com deputados governistas entrevistados pelo Diário do Nordeste, o chefe do Poder Executivo terá que se empenhar muito em resolver tais questões, principalmente com a base aliada mais robusta. O petista Manoel Santana, por exemplo, opina que, para equacionar a questão, o governador terá que ter muita habilidade política e administrativa para poder aglutinar interesses muitas vezes distintos e até conflitantes.
"Isso, obviamente, vai estar relacionado ao cenário nacional. O Lula sendo candidato e o Ciro mantendo seu nome, como fica? No que tange a uma composição do PMDB com a base, haverá uma equação dos conflitos entre o senador e os irmãos Ciro e Cid Gomes?", questionou.
Para Elmano de Freitas (PT), porém, o governador não está se dedicando à resolução dessas questões agora, visto que procura se concentrar em concluir projetos da gestão. "Acho que ele está correto em concentrar seu tempo em governar. Aguardar o cenário nacional se resolver e, após isso, debater e deliberar as alianças no Estado", destacou.
O pedetista Sérgio Aguiar argumenta que essas são duas questões problemáticas para o governador. No entanto, ele diz acreditar que é possível equacionar tanto o ponto da senatoria quanto o do apoio a candidato presidencial com compartilhamento de ações no Governo e, acima de tudo, com espírito público por parte dos integrantes da aliança, que poderiam abrir mão de suas pautas em prol de um bem maior.
Distribuição
Um dos deputados com mais mandatos no Parlamento estadual, José Sarto (PDT) aponta que, no que diz respeito às vagas ao Senado na base governista, uma deve ser indicada pelo PDT, neste caso a de Cid Gomes, e a outra pelo PMDB, de Eunício Oliveira. Ao PT caberá ter a cabeça de chapa, com Camilo Santana sendo o candidato à reeleição.
Sarto destaca, porém, que ainda há a vaga de candidato a vice-governador e as primeiras suplências para o Senado. "Tem é muita vaga", salientou.