Diferentemente do que aconteceu em 2013, com a chamada "Jornada de Junho", e mais recentemente, durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), as mobilizações sociais têm sido reduzidas diante dos casos de corrupção divulgados a cada semana no País. Deputados cearenses acreditam ser necessária uma participação mais ativa da sociedade nas questões políticas, e destacam que é preciso também que o homem público faça uma inserção do eleitorado em seus mandatos.
Parlamentares entrevistados pelo Diário do Nordeste dizem que têm buscado investir em maior aproximação com a população, seja através de visitas em municípios, da realização de audiências públicas e seminários ou com maior participação nas redes sociais. Para eles, só assim será possível cessar a impressão "errônea" de que todo político está envolvido em ilicitudes.
O deputado Roberto Mesquita (PSD) destaca que o momento vivido pelo Brasil é "extremamente complicado" diante de tantos desmandos no País. Apesar disso, ele defende que o povo esteja atento às ações de seus representantes. "Existe uma tentativa de se macular a atividade política, que é aquela que tem o maior poder de realizar e transformar", lamentou.
Omissão de partidos
Manoel Santana (PT) diz que tem trabalhado na construção de um mandato mais próximo da população, por meio de audiências públicas sobre temas diversos. "O que ocorre é que muitos se distanciam das pessoas e só aparecem em período eleitoral. Existe uma situação preocupante que é a omissão dos grandes partidos com a mobilização da população", reclamou.
Leonardo Araújo (PMDB) salienta que a população tem "força imensurável" e, se souber o tamanho de sua força, vai usá-la contra políticos que não têm seus mandatos alicerçados em bons projetos. "Isso precisa mudar", disse. Já o deputado Joaquim Noronha (PRP) defende um Legislativo forte para uma representatividade mais sólida. "Legislativo forte, representante forte, povo forte", afirmou.