A morte da Corte de Contas
A ideia de um só tribunal de contas no lugar de dois faz sentido do ponto de vista político e estrutural, mas pode esbarrar em problemas da prática da política. Primeiro, serão menos conselheiros no Estado: sete no lugar de 14. Eles terão ainda mais poder. Se hoje as funções são exploradas politicamente, a situação pode se amplificar. Além do mais, o Governo do Estado pode ter a pressão aliviada sobre si. Há atualmente um tribunal voltado só para isso. Agora, irá dividir a atenção com todos os municípios. Se conselheiros raramente gostam de incomodar o governador, agora terão 184 válvulas de escape.
Sobre a anunciada economia de gastos, isso é muito questionável. não ficou demonstrado na ponta do lápis. Objetivamente, haverá menos fiscais, mas não menos gente recebendo. Setes fiscais do atual TCM seguirão recebendo, sem precisar trabalhar. Não é propriamente uma medida de austeridade.
Pior de tudo mesmo é a motivação. A Assembleia mexeu na estrutura de fiscalização do Estado por motivação política, para atingir a oposição. Mais que qualquer coisa, a base governista mostrou não ter limites para esmagar adversários.