A oposição não quer “perder tempo” e deputados cobraram, ontem, a instalação imediata da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico. Protocolada em 2015, até o momento, o requerimento solicitando a criação do colegiado ainda não foi analisado, conforme o deputado Capitão Wagner (PR).
O republicano adiantou que, na próxima semana, haverá uma reunião do Colégio de Líderes com a Mesa Diretora da Casa, para tratar de um movimento pela conclusão das obras de transposição do São Francisco e , na ocasião, aproveitará para pedir uma definição sobre a comissão parlamentar de inquérito. Ele, inclusive, está disposto a presidir o colegiado.
O parlamentar avaliou ainda que é o sistema que financia o crime organizado, quando deixa os presídios sob o comando de facções criminosas. “O poder está dividido entre PCC e Comando Vermelho. Devemos sentar e discutir. O momento é urgente para abrir a CPI do Narcotráfico”, disse ele, lembrando que durante o ano passado, caíram os números de homicídio, “sem que houvesse um esforço do Estado para isso”.
Para ele, os assassinatos diminuíram por causa de um pacto celebrado entre facções criminosas. Porém, este ano, conforme explicou Capitão Wagner, parece que o pacto se rompeu e os números voltaram a aumentar. “E o Governo do Estado resolveu manter-se em silêncio.” Para o deputado, essa realidade só poderá ser mudada se houver um serviço de inteligência e com integração das forças de segurança.
Wagner disse ainda que, com a postura do novo secretário de Segurança, acreditava, pelo menos, que os dados referentes aos profissionais de segurança fossem melhorar em relação aos policiais mortos.
“Só este ano foram oito policiais mortos e a tendência, infelizmente, é chegar ao número de 30 policiais mortos do ano passado. Durante o debate eleitoral do ano passado se dizia que a solução para a segurança era a construção de areninhas e instalação de luzes de led, porém, o problema continua. Não dá para tratar a questão da segurança como um problema simplório, uma ação pontual não resolve o problema da segurança”. E voltou a pedir a criação de um plano de segurança para o Estado do Ceará.
O deputado Ely Aguiar (PSDC) afirmou que, há na Assembleia, uma preocupação com a segurança pública. “Muitos deputados mesmo sem entender de segurança percebem que houve um pacto entre facções e “o pacto agora foi para o brejo”, frisou.
Já o deputado Carlos Matos (PSDB) disse que a situação do Ceará é muito grave. Segundo ele, o Governo não quer resolver e prefere utilizar recursos em áreas supérfluas, como a construção do Acquario. O deputado Roberto Mesquita (PSD) afirmou que a política do Estado beira à imoralidade, quando faz acordo com criminosos.
Prevenção
Líder do Governo na Assembleia, o deputado Evandro Leitão (PDT) afirmou que o Estado tem atuado fortemente na prevenção, implementando políticas públicas voltadas para a inclusão social de jovens, principalmente na área de educação, com destaque para o ensino de tempo integral e profissionalizante.
“Na segurança, tem ampliado o efetivo com concurso para novos policiais. Nos dois últimos anos, são aproximadamente 2.500 agentes de segurança formados. O Raio foi ampliado levado para várias cidades do interior. Também houve descentralização da Ciopaer e foi criado o Batalhão de Divisas. Sabemos que ainda não é suficiente, e, por isso, as ações estão sendo intensificadas. Em breve, 2809 novos PMs estarão nas ruas. 1.400 já estão em formação”, pontuou o parlamentar.