Em cinco anos, foram assassinados 4.470 jovens entre 10 e 19 anos no Ceará. O dado se refere ao período entre 2011 e 2015 e foi mostrado ontem pelo Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência em reunião para sensibilizar prefeitos sobre ações de âmbito municipal que podem reduzir os índices. Apesar da concentração de casos na Região Metropolitana e no Cariri, iniciativas de prevenção foram recomendadas a todos os municípios.
A região de gestão da saúde de Fortaleza liderou o índice de mortes violentas entre jovens, concentrando 60,2% das notificações. Além da Capital, a região inclui Eusébio, Aquiraz, Itaitinga e Pacatuba, com mais de 2,6 mil vítimas. O relatório final do Comitê, já divulgado em dezembro de 2016, contou com o levantamento de 24 pesquisadores de diversas áreas, incluindo notificações do sistema de saúde e da segurança pública.
O estudo aponta, dentre 12 evidências, a concentração de homicídios em territórios vulneráveis, com acesso precário a políticas de saúde, educação, saneamento básico, lazer e equipamentos culturais. Não seriam necessárias ações novas para enfrentar a violência na esfera municipal, mas o fortalecimento de políticas existentes e básicas, defendeu o deputado estadual Renato Roseno (Psol), relator do Comitê. Pelo menos 40 municípios enviaram representantes ao evento.
As recomendações do relatório serão levadas a todos os prefeitos, anunciou Nilson Diniz (PDT), prefeito de Cedro e vice-presidente da Associação dos Municípios do Ceará (Aprece). Investir em saúde, esporte, lazer e escolas para crianças e adolescentes é atitude necessária, comentou Naumi Amorim, (PMB), prefeito de Caucaia. Em 2014, o município registrou a terceira maior taxa de assassinatos por cem mil habitantes, com índice de 65,8. No mesmo ano, Fortaleza teve índice de 72,7.