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Deputados apontam incertezas para 2018 - QR Code Friendly
Segunda, 10 Abril 2017 03:44

Deputados apontam incertezas para 2018

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Deputado Heitor Férrer (PSB), que acumula quatro mandatos na Assembleia, diz que, no atual contexto, pedir votos pode ficar mais difícil Deputado Heitor Férrer (PSB), que acumula quatro mandatos na Assembleia, diz que, no atual contexto, pedir votos pode ficar mais difícil ( Foto: José Leomar )
Faltando um ano e meio para o pleito de 2018, quando serão eleitos presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais, alguns parlamentares cearenses estão apreensivos com a disputa que se avizinha. Tanto o descrédito da classe política entre a sociedade quanto as incertezas em relação à Reforma Política em discussão no Congresso Nacional estão fazendo lideranças reverem posicionamentos com vistas à disputa eleitoral.   Deputados estaduais, por exemplo, acreditam que as sessões plenárias da Assembleia Legislativa do Ceará tendem a ficar cada vez mais esvaziadas, visto que os políticos darão mais ênfase as visitas às bases eleitorais, uma vez que, com a crise da representatividade, podem ter mais êxito aqueles que estiverem próximos de seu eleitorado.   Outros defendem que nem dessa forma poderão se consagrar vitoriosos, visto a necessidade de uma mudança mais estrutural no sistema político brasileiro, além de conscientização da população. "É crescente o descredenciamento do homem público, assim como a confiabilidade deste mesmo homem. O lastro moral dos representantes populares vem diminuindo e respinga em todos", diz o deputado Heitor Férrer (PSB), que está no quarto mandato.   Segundo ele, no contexto de descrédito à classe política, pedir votos fica mais difícil. Apesar de acreditar que, em 2018, terá mais dificuldades para se reeleger, o parlamentar afirma que vem buscando manter um vínculo com seu eleitorado, por meio de divulgação do mandato nas redes sociais, correspondências e outras ações de integração. "Essa dificuldade pela qual passa a classe política, tenho percebido que me atingiu menos do que a classe como um todo".   Dificuldades   Roberto Mesquita (PSD) ainda não tem certeza sobre uma tentativa de reeleição em 2018, mas, para ele, o desgaste após casos de corrupção envolvendo políticos será o ponto principal para os que tentarão se reeleger.   A preocupação maior do candidato, diz ele, será fazer com que a população o diferencie dos demais, principalmente no que diz respeito à honestidade. "Ideias retrógradas estão sendo abraçadas, desde que o autor tenha personalidade forte, como podemos ver no caso do deputado Jair Bolsonaro", citou.   Já para Renato Roseno (PSOL), é o atual sistema político um dos pontos de dificuldade. O parlamentar, em 2010, recebeu 110 mil votos para deputado federal, mas, ainda assim, não atingiu o quociente eleitoral necessário para ser eleito.   O mesmo aconteceu com o candidato a vereador pelo PSOL Ailton Lopes, no ano passado. Ele foi o quinto mais bem votado, mas não eleito. "O problema é que os fisiologistas e patrimonialistas fazem regras que facilitam suas vidas", dispara Roseno.   Elmano de Freitas (PT) observa que há uma "descrença profunda" na sociedade quanto à política em geral, e isso se reflete na baixa participação política e grau de decepção com a vida pública brasileira, a partir de denúncias e afastamento de políticos de suas bases. "Temos visto o crescimento constante dos votos brancos e abstenções, e isso sinaliza um sentimento de crítica à política", menciona.   Segundo ele, as pessoas que têm um pensamento mais crítico quanto à política estão cada vez mais se afastando do processo eleitoral, o que abre margem para que políticos "mal intencionados" se aproximem e estejam presentes nas casas legislativas.   "Isso fragiliza, porque quem não compra voto não vai votar e quem vai votar está disposto a vender o voto", lamenta. Elmano destaca que mudança no sistema eleitoral pode até ajudar, mas, para ele, o que deve aumentar é a participação social.   Fator financeiro   "Ao invés de não participar da política, passar a interagir ativamente, porque quanto mais gente séria se afasta, mais gente ruim se aproxima fazendo coisas nocivas à sociedade", coloca.   Carlos Felipe (PCdoB), por sua vez, opina que o sistema está montado para eleger deputados que têm história política ou vínculos com o Poder Executivo e seus meios políticos. Além disso, ele aponta que o fator financeiro ainda define, muitas vezes, os rumos das eleições. "Você ser eleito com voto espontâneo e voto consciente é o grande desafio para se ter uma mudança real na política", defende.   Julinho (PDT) acredita que é preciso, primeiro, saber como ficará a Reforma Política discutida no Congresso Nacional, porque, para ele, com o atual desgaste da classe política, ficará cada vez mais difícil a reeleição.   Silvana Oliveira (PMDB), que teve um dos menores gastos de campanha para deputado em 2014, diz, porém, que a população identificará quem tem se dedicado ao mandato. "O mandato se constrói dia após dia, com frequência no plenário, junto aos eleitores e buscando melhoria para a vida das pessoas".
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