Por ocasião do Dia Internacional da Mulher, comemorado ontem, os debates no plenário da Assembleia Legislativa seguiram a mesma linha: a questão da desigualdade de gênero e a luta das mulheres pelo respeito e direitos conquistados. Deputados se alternavam na tribuna para homenagear as mulheres e, no segundo expediente, a AL promoveu sessão solene em alusão à data.
“A nossa luta na resistência ao machismo e discriminação é antiga. Hoje é o dia de celebrar a nossa união contra a desigualdade. Enquanto presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Mulher, quero destacar o trabalho das minhas colegas na luta pelo direito da igualdade”, salientou a deputada Fernanda Pessoa (PR), que solicitou a homenagem.
Já a deputada Rachel Marques (PT) pediu que as homenagens no Plenário 13 de Maio se estendessem para todas as mulheres do Ceará, em reconhecimento pela luta, apesar de todas as adversidades. “Nossas mulheres passam por tantas dificuldades, mas, ainda assim, conseguem se inserir em todos os campos de trabalho. Hoje, a Reforma da Previdência é a nossa pauta fundamental, para que não haja retrocesso em nossos direitos. Ela desconsidera tudo o que a mulher já sofre em relação à desigualdade”, criticou.
Para a deputada Dra. Silvana (PMDB), Jesus Cristo foi um grande exemplo de reconhecimento às mulheres, pregando sempre o respeito e o amor pela figura feminina. “Esse respeito deve ser levado para todos os âmbitos, inclusive em relação à Previdência. Continuemos guerreiras, mas sem perder a nossa sensibilidade”, ponderou.
Procuradora da Procuradoria Especial da Mulher, a deputada Augusta Brito (PCdoB) classificou o Dia Internacional da Mulher como a representação de uma história de resistência. “Podemos enumerar conquistas, como a Lei Maria da Penha, mas ainda falta tanto. Somos maioria na população, mas minoria na hora de decidir. Então, o que desejo neste dia é dizer que a nossa luta pela emancipação está sempre em pauta”, assinalou.
Homenagens
Na ocasião, foram homenageadas servidoras da Assembleia Legislativa e mulheres que ocuparam papel de destaque como a ex-prefeita Maria Luiza Fontenelle.
Durante os discursos em homenagem às mulheres, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) citou mulheres que entraram para a história, como as cearenses Bárbara de Alencar, Rachel de Queiroz e Maria da Penha. Carlos Felipe destacou que a data surgiu a partir de um protesto feminino, em 1911. Ele também lembrou a luta das mulheres na revolução russa em 1917, e pelo voto, no Brasil, em 1930.
“Mas quero falar de outras heroínas. As que trabalham, que acordam cinco da manhã e, depois de uma jornada exaustiva de trabalho, sendo intimidadas pelo gênero, à noite ainda têm de fazer o jantar e agraciar seu marido. São heroínas anônimas, que têm tornado o mundo mais humano. E, mesmo assim, ainda estão ameaçadas em seus direitos”, assinalou.