Candidato derrotado em 2016, Capitão Wagner (PR) lidera informalmente bloco de oposição
FOTO>EVILÁZIO BEZERRA
Mesmo sem previsão de formação no Regimento Interno da Assembleia Legislativa, bloco de oposição a Camilo Santana (PT) fez ontem primeira reunião na Casa, que aconteceu no gabinete de Capitão Wagner (PR). Oito deputados participaram do encontro, liderado informalmente por Wagner, candidato derrotado à Prefeitura de Fortaleza em 2016.
Segundo ele, as reuniões devem acontecer toda terça-feira, sempre com um tema diferente, trazendo “técnico de área específica pra explanar sobre o problema” e “trazer a solução” para pautar os debates dos deputados e garantir “um debate qualitativo”.
Entretanto, o parlamentar explica a ideia de formação das reuniões e do bloco tentando afastar o status de líder da oposição.
“Quando eu era vereador, tínhamos isso na Câmara.
A oposição se reunia para direcionar os debates. Quando cheguei na Assembleia, senti falta, até porque lá a gente tem liderança de oposição e do governo. A falta da previsão no regimento (para formação de liderança de oposição) acabou atrapalhando o trabalho”, conta.
Wagner afirma que a chegada de “alguns parlamentares da base” – que se deu após racha do PSD e PMB com o Governo do Estado – motivou a criação do bloco.
Líder do bloco PMDB-PSD-PMB, que exercia papel indireto de oposição por influência política e numérica, Leonardo Araújo (PMDB) garante que papel do deputado do PR não “fere ou gera ciúme” em sua liderança.
“Wagner tem sido uma liderança de destaque no Estado. Ele tem essa desenvoltura”, diz Araújo. Para ele, a reunião semanal do bloco “é de suma importância” para “traçar metas de fiscalização e controle do governo”, uma vez que esse tem “maioria na Casa”. “Temos que nos reunir de forma organizada”, complementa.
Heitor e Roseno
Heitor Férrer (PSB), que costuma ter “posição independente” – chegando a ter projetos apoiado pelo governo –, também se alinhou ao grupo. “Como o partido só tem o Heitor, não tem outro pra ter bloco, sou sempre mais independente. Mas hoje posso claramente dizer que me associo a esse bloco (de oposição). Faço partido”, revela.
Quem deve ficar de fora do bloco, porém, é o deputado Renato Roseno (Psol). O deputado afirma que diferenças “ideológicas e “de visão de mundo” tornam “difícil um alinhamento automático” com os parlamentares, mas exalta “papel relevante” de Wagner “nos últimos anos na oposição aos Ferreira Gomes”.
(Daniel Duarte)