A Comissão Especial da Transposição do Rio São Francisco na Assembleia Legislativa do Ceará divulgou ontem relatório em que pede para que o fornecimento de água do açude Castanhão para termelétricas seja interrompido.
De acordo com o presidente da comissão, o deputado de oposição Carlos Matos (PSDB), o momento de escassez exige esse tipo de iniciativa.
“Não faz sentido o Ceará trazer água lá do Castanhão para vir alimentar uma termelétrica. Tem que parar”, criticou.
O relatório da comissão apresentou 24 medidas para tentar atenuar a crise hídrica no Estado, que piora sem a transposição do São Francisco, adiada mais uma vez.
“Precisamos intensificar o reuso da água. Acreditamos que, se for feito renovado esforço para o reuso, essa ação é mais ou menos 20% do consumo de Fortaleza”, diz o parlamentar. Carlos Matos salientou ainda que irá solicitar mais recursos ao governo estadual e federal.
Custos
De acordo com o tucano, os R$ 112 milhões pleiteados pelo Governo do Estado à União são insuficientes para atender as demandas dos municípios mais afetados
pela seca.
“O sistema de tarifa precisa ser repensado. Em vez de multa, deveríamos dar bônus. Incentivar as pessoas a colocar descarga que gasta menos. Não houve mudança de atitude prática”, afirma.
Hoje haverá reunião na Assembleia para debater a perfuração de poços. O objetivo é discutir meios de encorajar a iniciativa privada a investir nesse tipo de saída hídrica.
O deputado estadual afirma que o Banco do Nordeste já concedeu R$ 90 milhões para perfuração de poços no Estado, recurso que deve ser destinado em breve.
(Isabel Filgueiras)