Na semana passada, servidores do TCM e da Secretaria de Políticas Sobre Drogas, afetados por propostas em tramitação, já estiveram na AL
( Foto: José Leomar )
pauta e, logo em seguida, votar no Plenário 13 de Maio, que deverá contar com as presenças de servidores e representantes de entidades de classe.
Enquanto a oposição critica o pouco tempo para se discutir o pacote de medidas encaminhado pelo governador Camilo Santana, a base governista corre contra o tempo para manter a bancada unida. Esta união, porém, vai depender de ajustes em algumas matérias, visto que aliados do Governo também não estão tão convencidos sobre algumas das mensagens que iniciaram tramitação na última semana.
O deputado Elmano de Freitas (PT), por exemplo, mesmo sendo da base governista, disse que está preocupado com a proposta que trata do reajuste da alíquota de contribuição previdenciária. Segundo ele, caso não haja qualquer proposta do Governo para reduzir o impacto junto aos servidores do Estado, votará contra o projeto.
"Tivemos uma situação de crise de não ter reajuste neste ano para os servidores, e precisamos encontrar uma alternativa. Não podemos aumentar alíquota. Voto a favor caso encontremos uma compensação. Se não for assim, votarei contra a proposta", disse o petista.
Ele afirmou que as mensagens serão votadas com muita disputa de posicionamento e compreensão. No entanto, ele acredita que a oposição leu pouco as mensagens, pois estaria falando de pontos com certo grau de superficialidade. "Eles estão dizendo que nossa PEC é igual a do (presidente) Temer, e é muito diferente", relatou.
Desgaste
Para o líder do Governo, Evandro Leitão (PDT), é natural que a oposição "esperneie" e critique as matérias originárias do Executivo, pois, diz ele, opositores querem apenas o desgaste do Governo. O pedetista sustentou que as mensagens em tramitação são importantes, tendo em vista o momento pelo qual o Estado está passando, pois se relacionam com a crise na União. "Temos que votá-las, tendo em vista essa conjuntura e o fato de estarmos passando por dificuldades".
Sobre a presença de servidores e membros de outros órgãos na Casa pressionando mudanças nas matérias, Leitão destacou que a participação de outros atores no processo é natural.
Sociedade civil
O vice-líder Leonardo Pinheiro (PP) acredita que durante a semana as sessões serão conturbadas, com participação expressiva da sociedade civil. "Embora sejam medidas impopulares, são importantes, necessárias e relevantes. O Governo não estaria tomando essas medidas se não acreditasse no benefício delas para a sociedade", defendeu.
Já Roberto Mesquita (PSD) conclamou a todos que serão impactados pelo que ele chamou de "saco de maldades" a comparecerem às galerias da Assembleia nesta semana. Ele acredita que até as propostas de Emenda à Constituição, que necessitam de quórum qualificado de 28 deputados, devem ser aprovadas sem maiores dificuldades, visto que alguns deputados serão "aliciados" pelo Governo.
Diferente de Mesquita, Renato Roseno (PSOL) acredita que a base terá dificuldades para aprovar as PECs, dada a demanda de mais presenças no Plenário 13 de Maio. De acordo com ele, o Governo está "resoluto em fazer da sua maneira, de fato, um rolo compressor sobre os direitos sociais e previdenciários".
"Diante do estupro que estão fazendo à população, nós clamamos a presença dos diversos segmentos nesta Casa, porque é necessário que a população venha se somar às minorias", disse o deputado Odilon Aguiar (PMB), que agora se soma aos opositores do Legislativo Estadual.