Deputado Ely Aguiar reclamou de gastos fora do Brasil, autorizados pelos governos petistas em prejuízo das obras da transposição
( FOTO: JOSÉ LEOMAR )
Deputados estaduais voltaram a usar seus tempos na tribuna da Assembleia Legislativa, ontem, para alertar sobre o risco que significa para os cearenses manter parada a obra da transposição de águas do Rio São Francisco. Carlos Felipe (PCdoB) considerou ser compreensivo que o tema seja contínuo na Casa.
O parlamentar afirmou que, caso os canais não sejam concluídos a situação que hoje é crítica em muitos municípios cearenses pode chegar a consequências incalculáveis. A fim de evitar o caos Felipe lançou a proposta de que seja realizado, a partir de iniciativa da Assembleia Legislativa do Ceará, debate com a participação do ministro Integração Nacional, Hélder Barbalho, e todas as representações políticas.
"Sugiro que também estejam aqui o governador do Estado, Camilo Santana, prefeito, vereadores e representantes de entidades, para discutirem soluções para a paralisação das obras do São Francisco, ou, enquanto durar a obra, apontar possibilidades de abastecimento de água", disse.
Danniel Oliveira considerou ser injusto culpar o governo Temer pela não conclusão das obras, uma vez que o Partido dos Trabalhadores teve a oportunidade de concluí-la em 13 anos de gestão e não fez. "Sequer projeto básico a obra tinha. Era feita uma parte, media mais na frente e fazia mais. Por isso gastaram tanto e é isso o que o governo atual não quer fazer", disse.
Quanto à possível dispensa de licitação para dar mais celeridade na retomada dos trabalhos, Danniel colocou que essa seria uma prática do governo anterior e também deveria ser evitada. "O PT se acostumou com dispensa de licitação e estamos tentando fazer exatamente o contrário", disse.
Para Ely Aguiar (PSDC), o projeto de transposição de águas é antigo, que se arrasta há vários anos, desde o Governo de Lula e mantido por Dilma. "Agora a obra está paralisada porque a empresa responsável abriu falência. A esquerda, que mal administrou o país tenta confundir a opinião pública transferindo a responsabilidade ao governo que assumiu recentemente", enfatizou o deputado.
Ely criticou que nunca viu a esquerda levantar voz para questionar atrasos durante administração "nefasta" do PT. "Falta dinheiro porque o governo petista liberou antes de sair, milhões de reais para países como a Angola, país administrado por ditadura perversa. Porque não se discutiu isso? O Porto em Cuba, não teve paralisação, teve início, meio e fim, construído com dinheiro do BNDES".
Reforçando o discurso de Ely, o deputado Heitor Férrer (PSB) ressaltou que o dinheiro investido fora saiu dos bolsos dos brasileiros. "O povo é quem paga e, seja bom ou ruim, nada acontece na vida das pessoas sem passar pela classe política. Porque o recurso é destinado a partir da aprovação de lei específica". E acrescentou: "a transposição começou em 2007, orçada em R$ 4,2 bilhões. Enfrentou paralisações, passou para R$ 8,4 bilhões e ainda não foi concluída. Para sediar a Copa do Mundo, gastamos R$ 30 bilhões e, não satisfeitos, trouxeram as Olimpíadas, acrescentando mais um gasto de R$ 40 bilhões".