A prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), ocorrida na última quarta-feira (19), em Brasília, esteve entre os temas mais debatidos, ontem, nos plenários da Câmara Municipal de Fortaleza e na Assembleia Legislativa.
Na CMFor, o primeiro a usar a tribuna foi o vereador Robert Burns (PTC). O parlamentar enfatizou que a prisão do ex-deputado abre caminho para outras e ressaltou a importância da participação da sociedade nesse processo. Para o vereador Guilherme Sampaio (PT), a prisão do deputado Eduardo Cunha (PMDB) não é apenas motivo de comemoração. O petista avalia que a ação é uma espécie de manobra para impedir a candidatura do ex-presidente Lula em 2018.
“A prisão não se deu quando as primeiras evidências apontavam os desvios éticos do deputado e, sim, somente após a concretização do impeachment, o que demonstra claramente a seletividade da Operação Lava Jato. De um lado se faz justiça, por outro prepara o terreno para um bote a fim de prender o Lula e com isso impedir a sua candidatura em 2018”, avaliou.
Assembleia
Na Assembleia Legislativa, o deputado Fernando Hugo (PP) levou o assunto à tribuna da casa, Ele disse que a detenção Cunha significa a quebra da tese de que a Justiça só prende petistas e empresários que se associaram ao PT. “O juiz Sérgio Moro e procuradores federais realizam um grande serviço para o País”, frisou.
De acordo com o deputado, “é verdade que sempre houve corrupção no País, e a história é farta em dados neste sentido. “Porém, a organização criminosa montada por Lula e seus asseclas chegou a níveis indescritíveis. Com a prisão do marginal Eduardo Cunha, podemos pensar em tê-los também na cadeia”, previu. Para Fernando Hugo, a operação Lava Jato é um patrimônio vivo e aceso da família e da sociedade brasileira.
Prisão
A prisão foi decretada no âmbito da ação que ocorre na Justiça Federal, no Paraná, recebida na semana passada pelo juiz Sérgio Moro. O ex-deputado é acusado de receber R$ 5 milhões de propina em contas na Suíça, abastecidas com dinheiro originário de contratos de exploração de petróleo da Petrobras na África. O ex-deputado é réu sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.