Encerrado o processo eleitoral no interior do Ceará, os deputados estaduais voltaram de suas bases políticas com um discurso afiado contra a atual legislação. O deputado Fernando Hugo (PP) ressaltou, na sessão de ontem da Assembleia Legislativa, a necessidade de fazer uma reforma política no Brasil.
Segundo o parlamentar, o Congresso Nacional precisa escutar propostas de juristas para mudanças na legislação eleitoral, fazendo deste um processo justo, certo e honesto. “O Brasil não pode ser órfão de uma reforma eleitoral e partidária. É preciso uma adequação de partidos políticos de forma sistemática na política nacional”, defendeu.
Fernando Hugo citou o caso do Rio de Janeiro, onde os votos dos dois candidatos que disputarão o segundo turno da Prefeitura são menores que a quantidade de votos nulos e brancos. “Não podemos deixar para depois. O povo grita por uma reforma séria”, afirmou.
Para o parlamentar, nas últimas eleições, realizadas após uma minirreforma eleitoral, houve falta de fiscalização e a ocorrência de compra de votos. “O caixa dois funcionou solto e quem tinha dinheiro gastou abertamente por falta de fiscalização”, criticou.
Fernando Hugo defendeu a criação de polícia especial para combater crimes nas eleições. “Na reforma política eleitoral, precisamos combater os delitos criminosos nas eleições. Os financiamentos ‘zilionários’ foram proibidos nessa campanha, mas foram colocados limites hipócritas”, ressaltou.
Alerta
O deputado Sérgio Aguiar (PDT) disse que essa eleição foi um sinal de alerta da necessidade de uma reforma política. “Os partidos políticos precisam de fortalecimento para serem uma das molas mestres dessa reforma. A Assembleia deve rediscutir a reforma eleitoral que venha atender aos anseios da população”, disse.
Carlos Felipe, deputado do PCdoB, foi outro que defendeu a necessidade da reforma política e eleitoral. “Observamos a compra de voto nas eleições, tanto pela parte política, como pela demanda do eleitor, e isso não foi apenas no interior do Ceará, mas também na Capital”, frisou.
Para o deputado Ely Aguiar (PSDC), o sistema eleitoral atual é muito perverso, porque permite compra de votos. Ele pontuou que, como não possui recursos para esta prática, zela pelo mandato e pelo seu comportamento, e por isso obteve 42 mil votos na eleição.” Quem é pobre e radialista, não pode cometer deslize. Por isso não tenho nada que desabone minha conduta”, afirmou.