O prefeito Roberto Cláudio (PDT), candidato à reeleição não confirmou o apoio do PT, mas também não descarta a possibilidade de aliança no segundo turno da eleição para a Prefeitura de Fortaleza. Perguntado sobre um eventual apoio dos petistas em sua campanha, RC minimizou, acrescentando que a nacionalização do debate eleitoral, que foi uma das marcas das disputas municipais no primeiro turno, não será uma tônica na nova fase da campanha, até porque, segundo ele, o debate deve ser focado em torno dos problemas da cidade de Fortaleza. “Não posso comentar especulações. Não procurei nem fui procurado por nenhum dirigente do PT para tratar de adesão formal do Partido dos Trabalhadores à nossa candidatura. Até agora, não há conversa formal ou informal estabelecida entre PDT, minha candidatura e qualquer dirigente do PT. A única pessoa que tenho conversado, desde o primeiro turno, é o atual governador Camilo Santana, ao qual todos vocês sabem tenho relação pessoal e política de afinidade”, afirmou o prefeito após ato que confirmou apoio do deputado Tin Gomes (PHS), candidato derrotado no primeiro turno. RC lembrou que cada partido tem sua dinâmica própria e, portanto, o que tomou conhecimento, conforme notícias publicadas, que há dentro do PT uma diversidade de opiniões. Ele deixou claro que aguardará a reunião da legenda para comentar o assunto. Entretanto, lembrou que, no primeiro turno, já obteve apoio de alguns filiados da sigla. Caso do secretário estadual Artur Bruno (Meio Ambiente). Sobre Camilo Santana, RC lembrou que o gestor apoiou informalmente, pois o PT lançou candidatura própria para prefeito da cidade. Mas, certamente agora, ele deve participar de atos de campanha e reforçou que o debate é local e não nacional. “Espero um debate sobre Fortaleza. É isso que interessa as pessoas. Aqui ou acolá, alguns tentam nacionalizar o debate. A população quer discutir seus problemas, quais as propostas para regularizar o estoque de medicamentos, o que está sendo proposto para filas de exames. É falar de coisas concretas”, disse.   Reunião A participação do PT na campanha do pedetista dependerá de uma reunião do diretório municipal do partido na sexta-feira (07), às 14 horas, no Hotel Amuarama, onde será feito o anúncio oficial sobre os rumos da legenda, conforme informou o vereador Acrísio Sena (PT) ao jornal O Estado. Segundo o petista, o adiamento ocorreu para viabilizar uma posição consensual. Essa decisão foi endossada pelos presidentes dos diretórios estadual e municipal, com aval da direção nacional petista. Acrísio defende o apoio do PT ao PDT no segundo turno, apesar das divergências passadas. O vereador frisou que a legenda deve se posicionar, já que o que está em jogo, segundo o parlamentar, é a possibilidade do retrocesso. “Temos uma candidatura que representa o conservadorismo, as forças mais atrasadas de Fortaleza, que estão alinhadas em torno do candidato Capitão Wagner. Uma candidatura que expressa o golpe. E temos também uma candidatura que tivemos ao longo do tempo divergências. O PT tem que fazer o que fez em 2006, tem que escolher um lado para atuar”, salientou ele durante sessão plenária na Câmara Municipal, acrescentando que defenderá, de forma autônoma, de forma programática, indicação de apoio a candidatura do atual prefeito.   Sem detalhes A deputada Luizianne Lins, que ficou em terceiro lugar na corrida pela Prefeitura no primeiro turno, evita comentar sobre os rumos do partido neste segundo turno. Segundo ela, até agora, as afirmações se tratam de posições “individuais”. A petista também evita afirmar qual deve ser seu posicionamento: se ficará neutra ou se apoiará Capitão Wagner, que busca o apoio informal dela.   “Gratidão” Na última terça-feira, o deputado José Nobre Guimarães (PT) anunciou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do PT, Rui Falcão, deliberaram por apoio a Roberto Cláudio, como parte da estratégia de criar uma frente eleitoral de partidos de esquerda no segundo turno no Brasil, após a derrota avassaladora do partido na eleição. De acordo com o parlamentar, o ex-presidente Lula ligou para ele nesta terça-feira, pedindo para “agilizar” o acordo na capital cearense. Além de ser parte da estratégia da frente eleitoral de esquerda, o apoio é uma forma de “gratidão” do partido aos ex-ministros Cid e Ciro Gomes, do PDT, principais apoiadores do prefeito Roberto Cláudio. Os irmãos Ferreira Gomes atuaram para barrar o impeachment de Dilma Rousseff.   Heitor Férrer Ao falar que só comenta apoios concretos, Roberto Cláudio adiantou que a Rede Sustentabilidade, por intermédio do seu presidente Dimas Oliveira, que foi candidato a vice na chapa do Heitor Férrer, confirmou o indicativo de apoiar sua candidatura. Sem dar detalhes, disse apenas que a sigla irá realizar, em breve, um ato que tornará pública sua posição no segundo turno. O deputado Heitor Férrer, porém, ainda não se manifestou sobre apoio. “Conversei rapidamente com o presidente da Rede, Dimas Oliveira, que confirmou o indicativo de apoio. Ele irá agendar um ato para formalizar o apoio. Desde já, manifesto agradecimento”, pontuou.