Candidato que largou na frente e manteve crescimento durante a campanha, Roberto Cláudio (PDT) pode ter agora em dois de seus maiores adversários a chance da vitória. Em 3º e 4º lugar, respectivamente, Luizianne Lins (PT) e Heitor Férrer (PSB) terão nas mãos de seus eleitores o poder de definir o pleito.
Diferentemente do que ocorre com Capitão Wagner (PR), que nutre relação “amistosa” com os dois, RC tem histórico de antagonismo com os candidatos derrotados. Apesar disso, o prefeito diz que procurará, se não os partidos, todos os eleitores de seus adversários.
“Certamente teremos conversas partidárias. Mas, mais que isso, vamos procurar cada um dos eleitores. Do honrado deputado Heitor Férrer, da Luizianne, que é uma prefeita eleita e reeleita por nossa Cidade”, disse.
Segundo o prefeito, conversas com partidos devem começar amanhã. “Ainda estamos digerindo o resultado no 1º turno. A partir de terça-feira, vamos começar a criar um projeto para unir a Cidade, porque só é assim que se governa Fortaleza”.
Em 2012, o prefeito recebeu apoio de quatro dos oito candidatos derrotados no 1º turno. Os demais permaneceram neutros na disputa.
Não é de hoje que os candidatos do PT e PSB “não se bicam” com o prefeito. Ex-presidente da Assembleia e vice-líder do governo Cid Gomes na Casa, RC protagonizou diversos embates com Heitor - opositor ferrenho do governo - no Legislativo.
Em 2012, Férrer contrariou seu partido à época, o PDT, que declarou apoio ao prefeito no 2º turno. Depois do anúncio da sigla, o deputado convocou entrevista coletiva para se dizer neutro.
Já Luizianne teve seu candidato à sucessão, Elmano de Freitas (PT), derrotado por RC em campanha acirrada em 2012. A rivalidade eleitoral se estendeu à gestão, onde Luizianne articulou oposição do PT na Câmara Municipal, e na disputa deste ano.
Outras estratégias
Além da busca por aliados, o prefeito já deu sinais de que deve investir em colocar a pecha de inexperiente em seu adversário. Na comemoração de ontem, foram vários os momentos de sua fala em que o prefeito tachou Wagner, ainda que de forma velada, de “personagem”, “amador” e “inexperiente”. O prefeito tem também questionado viabilidade das propostas do adversário, como de armamento da Guarda Municipal. “Não dá pra falar as coisas no ar.
Sem estudar, ouvir especialista, botar na ponta do lápis”.
Outra estratégia antecipada pelo discurso de RC é na crítica de suposto teor “monotemático” da candidatura opositora com a segurança. “Não podemos surfar no medo, fazer promessas ilusórias”, disse. (Carlos Mazza)