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Último candidato a ser sabatinado pelos vereadores na Câmara de Fortaleza, João Alfredo (Psol) protagonizou debate que teve como temática central a violência. Crítico do armamento da Guarda Municipal, proposta que tem dividido adversários no pleito, ele respondeu a uma maioria de perguntas sobre o tema e criticou “a militarização da polícia e da política”.
“Talvez por existirem um candidato à Prefeitura que é Capitão (Wagner) e um candidato a vice que é delegado (Moroni Torgan), ele (o tema da violência) acaba tomando uma proporção maior que outros temas mais graves, como a desigualdade”, afirmou o vereador.
A crítica mais forte, no entanto, foi destinada a Capitão Wagner, nome do PR que aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto. “É um desserviço o que o Capitão Wagner está fazendo à sociedade colocando essa visão policialesca”.
João Alfredo falou até de Gaudêncio Lucena (PMDB), candidato a vice de Wagner e atual vice-prefeito. “A gente sabe que a cultura do medo serve a quem oferece violência. Não é à toa que o vice do Capitão Wagner é um empresário da segurança pública”.
Ajudado por vereadores da base e da oposição, ele reprovou propostas de armamento da Guarda e prometeu “mudar a filosofia” dessa categoria em um eventual governo. Segundo ele, é necessário lutar pela “desmilitarização da polícia, da política e até da sociedade”.
Ainda nesse tema, o candidato falou sobre o investimento na educação, como “fundamental de combate à violência” e sobre o enfrentamento da dependência química. “A questão das drogas não pode ser enfrentada do ponto de vista da repressão”.
Programa de governo
Assistido por apenas uma dúzia de vereadores, ele apresentou os pontos do seu programa de governo. As cadeiras que faltavam para completar os 43 lugares que formam o Poder Legislativo municipal foram preenchidas por militantes e candidatos a vereador da legenda. O deputado estadual Renato Roseno também esteve presente.
João Alfredo também denunciou um “processo de tentativa de inviabilização do Psol”, através do pouco tempo de propaganda na televisão e da exclusão da participação da legenda nos debates.
O candidato prometeu que os pontos positivos da atual gestão serão mantidos em um eventual governo. Repetiu a promessa de realizar plebiscito popular para decidir sobre grandes obras na Cidade e falou sobre o fortalecimento das Secretarias Regionais.
Ao fim da sua apresentação, João Alfredo reafirmou posição de esquerda do Psol, como vem fazendo desde o início da campanha. “Nós estamos remando contra a maré, estamos enfrentando uma onda conservadora, mas precisamos resistir”, disse. “Queremos ser um partido de esquerda do século XXI”.