A quase um mês de campanha eleitoral nas ruas de Fortaleza, os prefeituráveis ainda não usaram a imagem dos seus padrinhos políticos nos atos na Capital.
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Lideranças como os senadores Tasso Jereissati (PSDB) e Eunício Oliveira (PMDB), além do ex-presidente Lula, da ex-senadora Marina Silva (Rede) e dos irmãos Cid e Ciro Gomes (PDT) ainda não foram exploradas de forma a tentar potencializar o processo eleitoral na disputa local.
Estratégico, o uso eleitoral de lideranças políticas pode, no atual cenário político, mais atrapalhar do que ajudar, conforme recorte da pesquisa O POVO/Datafolha divulgada ainda em agosto.
O prefeito Roberto Cláudio (PDT), que teve o apoio maciço dos irmãos Gomes, em 2012, hoje pede votos praticamente sozinho na Capital. Impedido de receber apoio formal do governador Camilo Santana (PT), RC conta apenas com apoio dos vereadores nos bairros, além do seu vice Moroni Torgan (DEM).
A assessoria do prefeito afirmou que o uso ou não de padrinhos não deve ser divulgado em razão da estratégia de campanha do candidato.
Ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT) esteve há poucos dias em São Paulo e gravou com o ex-presidente Lula. De acordo com a assessoria, as imagens do petista devem ser divulgadas ainda nessa semana.
A assessoria do candidato Heitor Férrer (PSB) afirmou que ainda está sendo estudada uma forma da participação da ex-senadora Marina Silva na campanha do deputado. Ela esteve em Fortaleza no lançamento da candidatura.
Em entrevista ao O POVO, Capitão Wagner (PR) recusou o termo “padrinhos” em sua campanha. “Deixando claro que Tasso e Eunício não são meus padrinhos políticos. Eu tenho aliados”, disse.
O parlamentar afirmou que a agenda dos senadores em Brasília impediu a presença deles na campanha eleitoral em Fortaleza. Segundo ele, está prevista a participação deles nos atos dos próximos dias. “A gente não está escondendo aliados, não”, afirmou.
Alianças
De acordo com a cientista política Paula Vieira (UFC), o uso de padrinhos nesse momento eleitoral pode comprometer posicionamentos em relação ao processo de impeachment de Dilma — o que seria crucial para o ganho ou perda de votos nesse primeiro turno.
“Ter padrinhos nesse momento é se posicionar de alguma forma. Eles (candidatos) estão construindo as candidaturas sem os padrinhos para justificar as alianças no segundo turno”, aponta a pesquisadora.
SAIBA MAIS
O candidato João Alfredo (Psol) possui um site onde orienta possíveis doadores a depositar manualmente em um caixa eletrônico o recurso em uma conta específica.
Heitor Férrer (PSB) e Tin Gomes (PHS) desejam utilizar o método de doação online através de uma página na Internet. O sistema, porém, ainda não está pronto. Os dois candidatos falam em atraso no processo.
O candidato Ronaldo Martins (PRB) pensou na possibilidade, mas logo descartou em razão do pouco tempo de campanha. Segundo ele, não daria tempo elaborar um sistema até o final do mês. O deputado federal, que tem praticamente 100% dos recursos do fundo partidário, disse que continuará dependendo do dinheiro da legenda para pagar o financiamento.