Ajudou a tornar mais evidente uma característica desta disputa pela Prefeitura de Fortaleza, que vive espécie de acordo de cavalheiros entre os adversários do candidato à reeleição Roberto Cláudio (PDT), alvo natural dos demais. Às vésperas de nova rodada de pesquisas, RC não apenas esteve no centro das críticas - ora saindo-se bem, ora incapaz de se desviar dos ataques. Com formato diferente, em estilo sabatina, o confronto priorizou a troca franca de ideias. Sem o nervosismo do primeiro debate, realizado pela TV Cidade, os postulantes conseguiram apresentar com desembaraço suas plataformas de governo. E, por tabela, revelaram suas armas para esta nova fase do pleito. Luizianne Lins (PT), por exemplo, manteve-se incisiva, atacando a a gestão RC em seu calcanhar de Aquiles: a saúde. A tática da petista é simples: apresentar-se como a única capaz de dar continuidade a um conjunto de obras que, segundo ela, teriam sido abandonadas quando da eleição do pedetista. Noutro flanco, Capitão Wagner (PR) elevou consideravelmente o tom de suas investidas, com RC também na alça de mira. Quando indagado pelo prefeito sobre suas propostas para a área da cultura, numa tentativa de talvez surpreender o deputado estadual num terreno que lhe seria pouco familiar, Wagner foi convincente. E ainda alfinetou o chefe do Executivo municipal ao falar sobre a ocupação de artistas na sede da Secretaria da Cultura de Fortaleza.
O debate de ontem foi pedagógico ao mostrar que os candidatos do PR e do PT, empatados tecnicamente na pesquisa O POVO/Datafolha - Wagner com 21% e Luizianne 17% -, estão agora na mesma toada. Começaram a disputa pelo Paço adotando estratégias radicalmente diferentes, com a ex-prefeita mais dura e o deputado mais brando.
A menos de um mês das votação e com vaga no segundo turno em disputa, ambos partiram para o confronto.